Como andar sem poesia?

Reflexão e Ação

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ISSN: 1982-9949
Editor Chefe: Cheron Zanini Moretti
Início Publicação: 31/10/1990
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação

Como andar sem poesia?

Ano: 2008 | Volume: 16 | Número: 1
Autores: A. Fronckowiak
Autor Correspondente: A. Fronckowiak | [email protected]

Palavras-chave: poesia, infância, vocalização poemática, educação infantil

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo reflete sobre a fruição do gênero poético por crianças ainda não alfabetizadas a partir de momentos compartilhados com elas no cotidiano de escolas de Educação Infantil. Essa vivência, vinculada ao projeto de pesquisa Poesia e infância1, demonstrou a relevância de possibilitar às crianças um contato intenso com a poesia, texto singular que as capacita a expressar, na sua linguagem, o modo como interagem com o outro e com o mundo. Através de encontros semanais com crianças de 4 a 6 anos de duas escolas da região do Vale do Rio Pardo/RS, foi possível perceber uma extrema abertura da infância para os jogos vocabulares e sonoros. Na continuidade da pesquisa, pudemos estudar as características textuais mais valorizados pelas crianças na escuta de textos poéticos. Uma hipótese era a de que a audição regular de poemas potencializava a repercussão e a ressonância, aspectos apontados por Gaston Bachelard como intrínsecos ao devaneio poético, experiência oportunizada pela leitura/audição da poesia e que faculta ao leitor encontrar “um não-eu meu que me permite viver minha confiança de estar no mundo” (BACHELARD, 1988, p. 13). Ancorado nos resultados obtidos, este texto defende a rima e o discurso predominante do poema como fatores essenciais para os pequenos experimentarem a ressonância poética.



Resumo Inglês:

The article reflects on the fruition of the poetic gender by illiterate children through the shared moments with them in the Nursery Schools’ daily. This living, linked to the Poesia e infância14 research project, demonstrated the relevance in giving children an intense contact with poetry, singular text that enables them to express, in their own language, the way they interact with the other and the world. By means of weekly meetings with children from 4 to 6 years-old of two schools in the Rio Pardo/RS Valley Region, we could perceive an extreme opening of the childhood to the word and sonorous games. In the continuity of the research, we could study the textual characteristics that were more valued by children in the listening of poetic texts. One hypothesis was that the regular hearing of poems would enhance the repercussion and resonance, aspects pointed out by Gaston Bachelard as intrinsic to the poetic musing, experience given by the reading/hearing of the poetry and that allows the reader to find “a my non-I that permits living my confidence of being in the world” (BACHELARD, 1988, p. 13) 15 . Anchored in the obtained results, this text defends the rhyme and predominant discourse in poem as essential factors to the little ones to experiment the poetic resonance.