O presente trabalho tem como objetivo identificar as concepções de professores do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino acerca do fracasso escolar. Participaram da pesquisa 563 professores com idades que variaram de 19 a 66 anos (M= 34,2 DP= 9,23), de diferentes regiões brasileiras. Tratou-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, do tipo ex post facto que utilizou dados transversais. Contou-se com entrevistas estruturadas e questionários sócios demográficos que foram analisados pelo software Iramuteq, e apreendeu as concepções dos docentes em classe de proximidade lexical. Os resultados apresentaram quatro classes no corpus textual, que seguem em ordem de maior representatividade dos discursos quanto à concepção sobre o fracasso escolar: desrespeito às singularidades dos alunos na escola, 30,24%; incapacidade do aluno, 24,7%; desinteresse do professor e do aluno e falta de acompanhamento familiar, 22,73%; e, produto de múltiplos fatores internos e externos à escola, 22,33%. Assim, salientase que as concepções obtidas nesse estudo evidenciam os conceitos naturalizantes do fracasso escolar, com significativa tendência culpabilizadora do aluno e de seus familiares, voltando-se às formas patologizantes de se compreender o aluno em experiência de escolarização, desconsiderando os percalços pedagógicos e o contexto histórico-cultural como território de produção de fracasso.
This study aims to identify the conceptions of elementary school teachers and average public school about school failure. The participants were 563 teachers with ages ranging 19-66 years (M = 34.2 SD = 9.23) in different regions. It was a quantitative and qualitative research, ex post facto that used cross-sectional data. It included structured interviews and demographic partners questionnaires were analyzed by Iramuteq software, and seized the conceptions of teachers in lexical proximity class. The results showed four classes in the textual corpus, which follow in order of most representative of the discourse on the design of school failure: disrespect to the singularities of students in school, 30.24%; inability of the student, 24.7%; disinterest of the teacher and the student and lack of family support, 22.73%; and product of multiple internal and external factors to school, 22.33%. Thus, it is noted that the conceptions obtained in this study indicate the naturalizing concepts of school failure, with significant culpabilizadora trend of students and their families, turning to pathologizing ways to understand the student in school experience, disregarding the teaching mishaps and the historical-cultural context as failure production territory.