O presente artigo estabelece relações entre as atuais formas de organização do
trabalho na escola e as mudanças que ocorreram no âmbito do trabalho estruturado
sob a forma contemporânea de produção capitalista tendo em vista que as reformas
educacionais que ocorreram no Brasil durante a década de 1990 foram muito
influenciadas por tais mudanças. Parte dessas influências ocorreu no âmbito da gestão
escolar com base na articulação funcional entre centralização e descentralização e na
adoção do modelo gerencial, provocando o surgimento de novas formas de
organização do trabalho na escola. Esse processo tem resultado em intensificação e
proletarização do trabalho docente e em responsabilização dos profissionais que
atuam na escola pelos sucessos e fracassos na implementação de reformas. Provoca
também resistências e dissimulações, adesões deliberadas ou conformistas, as quais
podem motivar conflitos. Em função disso são discutidas as proposições de Ball a
respeito da micropolÃtica da escola.