O poder público federal, sobretudo a partir da instauração da Ditadura Civil Militar de março de 1964, incentivou abertamente a ocupação de terras do oeste brasileiro com algumas monoculturas, em especial as do milho e da soja. Essa política intensicou ainda mais a migração de sulistas à região hoje chamada de Estado de Mato Grosso do Sul. No nal da década de 1960 já havia plantio de soja em algumas áreas, contudo, a produção e a produtividade eram muito aquém da desejada. No decorrer das décadas de 1970-80, a produção agrícola realizada pelos sojicultores se tornou cada vez mais signicativa no âmbito estadual. A presença dessas pessoas não cou restrita ao espaço rural, já que ocuparam também ambientes sociais e institucionais nas cidades. Tendo em vista essa concretude histórica e social, este artigo problematiza como esses migrantes, em particular os que trabalhavam com a monocultura da soja, se constituíram numa elite rural de Mato Grosso do Sul.
The brazilian government, especially from the introduction the Military Dictatorship of March 1964, openly encouraged the land occupation in the west of the country and with some monocultures, especially corn and soybean. This policy has intensied even more the migration of southerners to the region today called State of Mato Grosso do Sul. In the late 60s there already were soybean plantations in some areas, however, production and productivity were far short of desired. In the 70s and 80s agricultural production carried out by soybean producers became increasingly signicant at state level. The presence of these people was not restricted to rural areas, since they also occupied social and institutional environments in the cities. In view of this social and historical concreteness, this article problematizes how these migrants, especially those who worked with soybean as monoculture, set themselves up as a rural elite of Mato Grosso do Sul.