A construção da esquistossomose como um problema de saúde pública em dois períodos na história das ciências da saúde no Brasil (1910-1950)
Revista Nupem
A construção da esquistossomose como um problema de saúde pública em dois períodos na história das ciências da saúde no Brasil (1910-1950)
Autor Correspondente: Frank Mezzomo | [email protected]
Palavras-chave: Esquistossomose, Pirajá da Silva, desenvolvimentismo, parasitologia
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O artigo analisa dois momentos que marcam a construção da esquistossomose como um problema de saúde pública no Brasil. No primeiro, na década de 1910, abordam-se as controvérsias em torno das definições da doença que envolve o médico baiano Pirajá da Silva, personagem de uma disputa com círculos internacionais da produção médico-científica. No segundo, reflete-se sobre as mobilizações na década de 1950, em que ela entra na agenda das doenças de massa do projeto político desenvolvimentista. O argumento central é que, diante de um campo instável que marca a parasitologia e o enquadramento da doença, diversos atores são arrolados em jogos de legitimação que atuam na definição da esquistossomose como problema de saúde pública. As fontes para o trabalho são livros e compêndios de parasitologia, artigos, anais de simpósios e congressos, estudos diversos sobre a esquistossomose dos períodos, legislações e projetos oficiais sobre a doença.
Resumo Inglês:
The article analyzes two moments that mark the construction of schistosomiasis as a public health problem in Brazil. First, in the 1910s, the controversies surrounding the definitions of the disease that involved the Bahian physician Pirajá da Silva, a character in a dispute with international circles of medical-scientific production. Secondly, the mobilizations in the 1950s, when schistosomiasis entered the mass diseases agenda of the Brazilian developmental political project. The central argument is that, in the face of an unstable field that marks parasitology and the framing of the disease, several actors are involved in games of legitimation that act in the definition of the disease as a public health problem. The sources for the work are books and compendiums of parasitology, articles, annals of symposia and congresses, various studies on schistosomiasis from the periods analyzed, legislation and official projects about the disease.
Resumo Espanhol:
El artículo analiza dos momentos que marcan la construcción de la esquistosomiasis como un problema de salud pública en Brasil. Uno, en la década de 1910, en donde se abordan las controversias relacionadas con las definiciones de la enfermedad, y que involucran al médico bahiano Pirajá da Silva, personaje de una disputa dentro de los círculos internacionales de producción médico-científica. Otro en el que se reflexiona sobre las movilizaciones de la década de 1950, cuando ingresa a la agenda de enfermedades masivas del proyecto político desarrollista. El argumento central es que ante un campo inestable que marca la parasitología y el encuadre de la enfermedad, varios actores se involucran en juegos de legitimación que actúan en la definición de la esquistosomiasis como problema de salud pública. Las fuentes del trabajo son libros y compendios de parasitología, artículos, anales de simposios y congresos, estudios diversos de las épocas sobre esquistosomiasis, legislaciones y proyectos oficiales sobre la enfermedad.