A presente pesquisa teve por intenção compreender o que teria levado um agente social não graduado em Ciências Sociais a agir como um sociólogo, a saber: confeccionando obras didáticas, atuando na organização de obras e contribuindo para a criação de cursos de Ciências Sociais. A análise considerou duas “dimensões” interdependentes: a estrutura social, e as disposições sociais e sua agência. O senso prático sociológico de Azevedo foi resultado da disposição incorporada em suas experiências profissionais socializadoras no interior dos campos sociais nos quais estava imerso, bem como do contexto político e econômico favorável à sua ação. Compreender a estrutura social e os capitais simbólicos disputados forneceu elementos para desvelar como se produziu um sociólogo, sem que este tenha se formado em Ciências Sociais ou em Sociologia. Procurou-se investigar as práticas do referido autor, os lugares em que esteve inserido e as relações que manteve para entender as incorporações sociais. O estudo foi realizado a partir das perspectivas teórico-metodológicas alicerçadas em Pierre Bourdieu, aproximando-se de uma Sociologia disposicionalista.