Contar histórias desde aqui por uma sala de aula feminista e amefricana

Quaestio

Endereço:
Rodovia Raposo Tavares, km 92,5 - Vila Artura
Sorocaba / SP
18023000
Site: http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/quaestio/index
Telefone: (15) 2101-2004
ISSN: 2177-5796
Editor Chefe: Alda Regina Tognini Romaguera
Início Publicação: 06/05/1999
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

Contar histórias desde aqui por uma sala de aula feminista e amefricana

Ano: 2021 | Volume: 23 | Número: 1
Autores: B. M. Battistelli, L. Rodrigues
Autor Correspondente: B. M. Battistelli | [email protected]

Palavras-chave: Feminismo. Docência. Amefricanidade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Como escreve Scholastique Mukasonga em seu livro “A mulher de pés descalços”, precisamos ensinar aos nossos dedos dos pés um caminhar que não os machuque pelo percurso. Inspiradas por essa proposição, esse trabalho busca tecer diálogos com os ensinamentos de intelectuais como bell hooks, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa e Lélia Gonzalez para pensarmos uma sala de aula e uma docência pautadas em uma ética feminista e antirracista. Assim, situadas desde o continente amefricano, objetivamos, a partir de nossas experiências e de uma inspiração cartográfica, discutir as relações entre o ser professora-pesquisadora-feminista na aposta de uma universidade que acolha, cuide e nos possibilite contar mais histórias. Para isso, lançamos mão de nossas próprias histórias que narram sobre como construímos uma voz para nós mesmas, como experienciamos a universidade e por quais caminhos chegamos no exercício da docência e da pesquisa em uma perspectiva feminista e antirracista. Por fim, como possibilidade de intervenção para docência que se assente sobre uma política do cuidado, narramos uma experiência em sala de aula, que acontece há pelo menos um ano, onde as/os alunas/os são convidadas/os a escrever cartas em uma disciplina. Nossa aposta é para que possamos seguir construindo o espaço da sala de aula também como espaço de cura, onde nossos corpos estejam em prol de políticas para o encantamento da vida.



Resumo Inglês:

As Scholastique Mukasonga writes in his book “The barefoot woman”, we need to teach our toes a walk that does not hurt them along the way. Inspired by this proposition, this work seeks to dialogue with the teachings of intellectuals such as bell hooks, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa and Lélia Gonzalez to think of a classroom and teaching guided by a feminist and anti-racist ethic. Thus, from the Amefrican continent, we aim, based on our experiences and a cartographic inspiration, to discuss the relationships between being a teacher-researcher-feminist to produce a university that welcomes, cares and allows more stories to be told. For this, we use our own stories that narrate how we build a voice for ourselves, how we experience the university and what paths we have taken in the exercise of teaching and research in a feminist and anti-racist perspective. Finally, as a possibility of intervention for teaching based on a care policy, we narrate an experience in the classroom, which has been going on for at least a year, where students are invited to write letters to a discipline. Our bet is that we can continue to build the classroom space as a healing space, where our bodies are in favor of policies to enchant life.



Resumo Espanhol:

Como escribe Scholastique Mukasonga en su libro “A mulher de pés descalços”, debemos enseñar a nuestros dedos de los pies a caminar que no los lastime en el camino. Inspirada en esta propuesta, esta obra busca tejer diálogos con las enseñanzas de intelectuales como bell hooks, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa y Lélia González para pensar en un aula y una enseñanza guiada por una ética feminista y antirracista. Así, con base en el continente americano, pretendemos, a partir de nuestras experiencias y una inspiración cartográfica, discutir las relaciones entre ser docente-investigadorafeminista en la apuesta de una universidad que acoge, se preocupa y nos permite contar más historias. Para ello, utilizamos nuestras propias historias que narran cómo nos construimos una voz, cómo vivimos la universidad y qué caminos hemos tomado en el ejercicio de la docencia y la investigación desde una perspectiva feminista y antirracista. Finalmente, como posibilidad de intervención para la docencia que se fundamenta en una política de cuidado, narramos una experiencia en el aula, que lleva al menos un año en marcha, donde se invita a los alumnos a escribir cartas en una disciplina. Nuestra apuesta es que podamos seguir construyendo el espacio del aula como un espacio curativo, donde nuestro cuerpo esté a favor de políticas para encantar la vida.