Este trabalho tem por objetivo descrever, pautado na Análise do Discurso francesa e na História Cultural, as práticas discursivas da representação contemporânea do leitor por meio de algumas reflexões sobre a crÃtica especializada e a amadora. Utiliza-se como recorte do corpus uma notÃcia veiculada no portal de entretenimento do UOL, intitulada “Mercado literário: Os booktubers vão substituir os crÃticos especializados?â€, assinada por Rodrigo Casarin. Procura-se elencar e compreender as formações discursivas sobre o leitor comum e o leitor profissional, este entendido como a crÃtica literária profissional que se serve de uma leitura institucionalizada. Questiona-se: por que a crÃtica literária formal se reveste de prestÃgio, mas quando se quer vender as obras e movimentar o mercado editorial é preciso, na atualidade, promover o comentário amador? Quais os limites entre o leitor comum e o crÃtico especializado? Por que postar um vÃdeo na internet gera capital social para aquele que se denomina leitor voraz e aproxima leitores e escritores? Em termos de linguagem, o que se diz sobre a leitura na época da cibercultura? Para dar conta dessas indagações são utilizadas as reflexões teóricas encontradas nas obras de Orlandi (2012), Foucault (2010) e Chartier (1998, 2010).