Cotas étnico-raciais na Universidade de São Paulo: da implementação à necessidade do controle antifraude
Revista da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Cotas étnico-raciais na Universidade de São Paulo: da implementação à necessidade do controle antifraude
Autor Correspondente: Lucas de Santana Módolo | [email protected]
Palavras-chave: cotas étnico-raciais, fraude, Universidade de São Paulo
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este artigo tem como proposta documentar a trajetória das cotas étnico-raciais na Universidade de São Paulo, delineando seus principais aspectos e anunciando os desafios ainda pendentes de enfrentamento pela instituição. Para tanto, serão abordadas três etapas de preocupação quanto à ação afirmativa destinada a minorias étnico-raciais na USP: a observação, onde é notada pela Universidade a conjuntura de desigualdade étnico-racial entre o corpo discente; a experimentação, quando é posta em prática a primeira política universal de reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas no âmbito da instituição e inaugurado o problema das fraudes; e, por fim, o controle, momento em que as fraudes se tornaram o ponto focal de todo o debate sobre cotas na Universidade de São Paulo. Parte dos dados apresentados neste estudo foi obtida por meio de solicitações formais ao sistema de acesso à informação da USP e outros, advindos do trabalho desempenhado pelo Comitê Antifraude na USP. Em termos de conclusão, o estudo avalia que a Universidade de São Paulo, embora tardiamente, parece produzir melhores percepções sobre a qualidade de sua política pública e sobre a necessidade de implementar controles antifraude eficazes para proteção da ação afirmativa.
Resumo Inglês:
This article proposes to document the trajectory of ethnic-racial affirmative actions at the University of São Paulo, outlining its main aspects and announcing the challenges that the institution still faces. For that, three stages of concern regarding affirmative action aimed at ethnic-racial minorities at USP will be addressed: observation, where the conjuncture of ethnic-racial inequality among the students is noted by the University; experimentation, when the first universal policy of reserving vacancies for black, brown and indigenous people within the scope of the institution is put into practice and the problem of fraud is inaugurated; and, finally, control, when fraud became the focal point of the entire debate about affirmative actions at the University of São Paulo. Part of the data presented in this study was obtained through formal requests to the USP information access system and others, arises from the work performed by the Antifraud Committee at USP. In terms of conclusion, the study evaluates that the University of São Paulo, although belatedly, seems to produce better perceptions about the quality of its public policy and about the need to implement effective anti-fraud controls to protect its affirmative action.
