Há um consenso geral sobre a necessidade de expansão agroecológica como alternativa à crise gerada pela insustentabilidade do modelo agrícola industrial, e ainda mais no contexto atual de uma pandemia sanitária. Entretanto, a transição da produção convencional para a agroecologia é um desafio teórico, metodológico e prático, pois implica em gerar mudanças duradouras nos pensamentos, sentimentos e ações dos seres humanos. Neste artigo, exploramos como a criação de abelhas nativas favorece o aprendizado da agroecologia na Nicarágua. A manutenção de abelhas nativas é uma prática ancestral na Nicarágua, entretanto, está em risco devido à degradação da paisagem e às mudanças culturais. Através de uma pesquisa-ação participativa no departamento de Carazo, documentamos como as exigências da meliponicultura se tornam elementos motivadores para o avanço dos princípios agroecológicos. Aprender a manter abelhas nativas sem ferrão é um processo lento, diário e ativo que muda os indivíduos e a paisagem. Este trabalho identifica a forma como um elemento específico do território se torna um dispositivo que favorece a mudança agroecológica, em correspondência com o conhecimento, a espiritualidade e a cultura locais.
There is a general consensus on the need for agroecological scaling up as an alternative to the crisis generated by the unsustainability of the industrial agriculture model and even more so in the current context of a health pandemic. However, the transition from conventional to agroecological production is a theoretical, methodological and practical challenge, since it implies generating lasting changes in the thoughts, feelings and actions of human beings. In this paper we explore how the breeding of native bees favors the learning of agroecology in Nicaragua. The breeding of native bees is an ancestral practice in Nicaragua, however, it is at risk due to landscape degradation and cultural changes. Through participatory action-research in the department of Carazo, we document how the demands of meliponiculture become motivating elements for advancing agroecological principles. Learning to raise native stingless bees is a slow, daily, active process that changes individuals and the landscape. This work identifies the way in which an element of the territory itself becomes a device that favors agroecological change, in correspondence with local knowledge, spirituality and culture.
Hay un consenso generalizado sobre la necesidad del escalonamiento agroecológico como alternativa a la crisis generada por la insostenibilidad del modelo de agricultura industrial y más aún en el contexto actual de pandemia sanitaria. Sin embargo, transicionar de la producción convencional a la agroecológica es un desafío teórico, metodológico y práctico, puesto que implica generar cambios duraderos en los pensares, sentires y el actuar de los seres humanos. En el presente trabajo exploramos cómo la crianza de abejas nativas favorece el aprendizaje de la agroecología en Nicaragua. La crianza de abejas nativas es una práctica ancestral en Nicaragua, sin embargo, se encuentra en riesgo por la degradación del paisaje y los cambios culturales. A través de una investigación-acción-participativa en el departamento de Carazo, se documenta cómo las exigencias de la meliponicultura se vuelven elementos motivadores para avanzar en los principios agroecológicos. El aprendizaje de la crianza de abejas nativas sin aguijón es un proceso lento, cotidiano, con un carácter activo, que cambia a los individuos y al paisaje. Este trabajo identifica la manera en que un elemento propio del territorio se convierte en un dispositivo que favorece el cambio agroecológico, en correspondencia con los saberes, la espiritualidad y cultura local.