O presente artigo propõe-se a desenvolver um estudo sobre os efeitos da cobertura midiática na deposição da Presidenta Dilma Rousseff. A discussão teórica é baseada na abordagem culturalista da democracia que defende que a incrementação dos meios de comunicação corrobora com a formação de cidadãos mais críticos e sofisticados politicamente. Parte-se da hipótese levantada por Norris (2011) que a cobertura negativa de eventos políticos influencia a descrença dos cidadãos acerca do governo, das instituições e do sistema democrático, aumentando assim o déficit democrático. Para provar esta hipótese este artigo utiliza pesquisas anteriores sobre o enquadramento do impeachment pela grande mídia brasileira, bem como pesquisas de opinião pública sobre o desempenho do governo de Dilma Rousseff. A partir da análise dos dados, conclui-se que a mídia brasileira não atuou imparcialmente e corroborou com a criação de um clima de conformação da opinião pública quanto a deposição da presidenta.
This article aims to develop a study about the effects of media coverage on former President Dilma Rousseff’s deposition. The theoretical discussion is based on the cultural democratic approach, which defends that the increase of communication tools makes citizens politically more sophisticated and critical. It bases on Norris’ hypotheses (2011) that negative news coverage about political events influences citizens discredit about the government, political institutions and democracy, increasing the democratic deficit. In order to prove this hypothesis, this study looks at previous researches about how the media framed Rousseff’s impeachment as well as public opinion surveys about her government. The data analysis concluded that Brazilian media was biased, creating a conformation environment regarding the former president’s deposition.