Após mais de um ano, a doença coronavírus 2019 (covid-19) ainda afeta milhões de pessoas. Por esta razão, os esforços globais para promover um melhor tratamento para covid-19 têm sido realizados com foco no reaproveitamento de medicamentos existentes. No Brasil, a azitromicina, um antibiótico de amplo espectro, tem sido utilizada em associação com outras drogas como agente imunomodulador, antiinflamatório e antiviral, independentemente da coinfecção bacteriana. De fato, dados de estudos experimentais demonstraram a capacidade dessa droga em reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias induzidas por infecção, como IL-8, IL-6 e TNF-alfa. No entanto, estudos observacionais revelaram resultados conflitantes quanto ao seu efeito, ao passo que ensaios clínicos bem conduzidos não demonstraram um efeito considerável desse agente na melhora dos desfechos clínicos. Esta revisão narrativa teve como objetivo abordar o possível papel desse antibiótico no tratamento de covid-19, com base em dados de estudos clínicos e pré-clínicos.
After over one year, the coronavirus disease 2019 (covid-19) has still affected millions of people. For this reason, global efforts to promote better treatment of covid-19 have been undertaken focused on the repurposing of existing medications.In Brazil, azithromycin, a broad-spectrum antibiotic, has been used in association with other drugs as an immunomodulatory, anti-inflammatory, and anti-viral agent, regardless of bacterial co-infection. Indeed, data from experimental studies have demonstrated the capacity of this drug in reducing the production of infection-induced pro-inflammatory cytokines, such as IL-8, IL-6, and TNF-alpha. However, observational studies revealed conflicting results regarding its effect, whereas well-conducted clinical trials have not shown a considerable effect of this agent on the improvement of clinical outcomes. This narrative review addressed the possible role of this antibiotic in the management of covid-19, based on data from clinical and preclinical studies.
