Tendo em vista episódios de racismo e machismo cometidos em espaços escolares, que, inclusive, vitimizam professoras e demais trabalhadoras, levantamos uma série de questionamentos: como os currículos escolares se envolvem na produção de alteridade e diferença? Quais noções de normalidade esses documentos engendram? A quem elas interessam? Para responder essas perguntas, este artigo tem como objetivo apresentar o currículo como um artefato cultural em disputa e responsável pela produção de identidades e diferenças afetas às questões étnico-raciais. As pesquisas desenvolvidas no bojo dos Estudos Culturais e dos Estudos Étnico-Raciais nos auxiliaram no desenvolvimento desse objetivo. No que diz respeito à estrutura, a pesquisa, de cunho bibliográfico, teve o desenvolvimento dividido em duas seções. Na primeira, debatemos sobre as questões políticas que atravessam o currículo escolar, caracterizando-o como um artefato cultural em disputa. Na segunda, investigamos as violências combinadas e concomitantes, decorrentes do machismo e do racismo, aproximando-nos de um episódio de preconceito manifestado em um espaço escolar.
Considering episodes of racism and male chauvinism committed in school spaces and even victimizing teachers and other workers, we raise a series of questions. How are school curricula involved in the production of alterity and differences? What notions of normality do these documents engender? Who are they interested in? To answer these questions, this article aims to present the curriculum as a cultural artifact in dispute and responsible for the production of identities and differences related to ethnic-racial issues. The research, evolved within Cultural Studies and Ethnic and Racial Studies, helped us in developing this objective. Regarding the structure, the research, of a bibliographic nature, was divided into two sections. In the first, we debated the political issues that permeate the school curriculum, characterizing it as a cultural artifact in dispute. In the second, we investigated the combined and concomitant violence resulting from male chauvinism and racism, bringing us closer to an episode of prejudice manifested in a school space.
Considerando episodios de racismo y machismo cometidos en espacios escolares e incluso victimizando a docentes y otros trabajadores, planteamos una serie de preguntas. ¿Cómo intervienen los currículos escolares en la producción de alteridad y diferencia? ¿Qué nociones de normalidad engendran estos documentos? ¿En quién están interesados? Para responder a estas preguntas, este artículo tiene como objetivo presentar el currículo como un artefacto cultural en disputa y responsable de la producción de identidades y diferencias relacionadas con cuestiones étnico-raciales. Las investigaciones desarrolladas dentro de los Estudios Culturales y los Estudios Étnicos y Raciales nos ayudaron a desarrollar este objetivo. En cuanto a la estructura, la investigación, de carácter bibliográfico, se dividió en dos secciones. En la primera, debatimos las cuestiones políticas que permean el currículo escolar, caracterizándolo como un artefacto cultural en disputa. En la segunda, investigamos la violencia combinada y concomitante resultante del machismo y el racismo, acercándonos a un episodio de prejuicio manifestado en un espacio escolar.