CURRÍCULO EM TEMPOS DE ESCOLA SEM PARTIDO: hegemonia disfarçada de neutralidade

Revista Espaço do Currículo

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ISSN: 1983-1579
Editor Chefe: Maria Zuleide Pereira da Costa
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

CURRÍCULO EM TEMPOS DE ESCOLA SEM PARTIDO: hegemonia disfarçada de neutralidade

Ano: 2016 | Volume: 9 | Número: 2
Autores: Graça Regina Franco da Silva Reis; Marina Santos Nunes de Campos; Renata Lucia Baptista Flores
Autor Correspondente: Graça Regina Franco da Silva Reis | [email protected]

Palavras-chave: Escola sem partido. Currículo. Neutralidade. Hegemonia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente texto promove um diálogo entre o que intenta a Proposta de Lei Escola Sem Partido (que visa combater o que chama de doutrinação ideológica nas escolas e universidades) com as noções que vêm sendo tecidas pelo campo de estudos do currículo. Ao trazermos a compreensão dos currículos como criação cotidiana, dos professorxs e alunxs como autores dos seus processos de ensinoaprendizagem e da produção do conhecimento como tessitura em rede, evidencia‐se que um currículo neutro, não ideológico e apolítico é impraticável, assim como é impossível que os professorxs aprendam a separar seus valores morais, políticos e ideológicos dos conteúdos, pois nem mesmo os conteúdos escolares previstos nos currículos formais o são. Além da discussão epistemológica, são trazidas narrativas docentes como um recurso que nos ajuda a compreender a indissociabilidade entre as múltiplas dimensões (fazer/sentir/pensar) das quais está embebida a prática docente. Diante de tal impossibilidade, percebemos que aqueles que promovem a ideia de uma escola neutra ou possuem uma ingenuidade político‐epistemológica ou, na verdade, maquiam um projeto de Escola de Um Único Partido: o hegemônico, que toma como verdade absoluta os conhecimentos validados pela alta cultura e, portanto, não relativiza o status quo. Concluímos que, em qualquer uma dessas possibilidades, devemos combater o projeto Escola Sem Partido assegurando o respeito mútuo e a expressão efetiva do direito à diferença nas nossas políticas curriculares educacionais, pois lecionar por um projeto de cidadania não pode ser crime!



Resumo Inglês:

The following paper promotes a dialogue between the Non‐Party School bill (that fights against what it calls ideological indoctrination in schools and universities) in opposition to the notions that have been woven by the curriculum studies field. Our argument is based on the understanding that teachers and students are the authors of their 'teachinglearning'processes, what is called curriculum as a daily creation; believing that the product on of knowledge happens in, and undeniably, with their interaction. In this way, it is evident that a neutral curriculum, non‐ideological and non‐political is impractical, just as it is impossible that teachers acts separating their moral, political and ideological values. In addition to the epistemological discussion, teachers narratives are brought as a resource that helps us understand the inseparability between the multiple dimensions (do / feel / think) which is embedded in the teaching practice. Faced with this impossibility, we realize that those who promote the idea of a neutral school might have a political and epistemological naivety or actually disguise their conception on A Single Party School: which takes as absolute truth the knowledge validated by the high culture and therefore does not relativize the status quo. We conclude that the Non‐Party School project must be contested in order to ensure mutual respect and effective expression of the right to difference in our educational curriculum policies, because teaching for citizenship cannot be a crime!



Resumo Espanhol:

El presente texto promueve un diálogo entre lo que pretende la Propuesta de Ley de Escuela sin Partido (que tiene como objetivo combatir lo que llama adoctrinamiento ideológico en escuelas y universidades) con las nociones que han sido tejidas por el campo de estudios curriculares. Al traer la comprensión de los planes de estudio como una creación diaria, de maestros y estudiantes como autores de sus procesos de enseñanza-aprendizaje y la producción de conocimiento como un tejido en red, es evidente que un plan de estudios neutral, no ideológico y apolítico es poco práctico e imposible. que los docentes aprendan a separar sus valores morales, políticos e ideológicos de los contenidos, ya que ni siquiera los contenidos escolares previstos en los currículos formales lo son. Además de la discusión epistemológica, las narraciones didácticas se presentan como un recurso que nos ayuda a comprender la inseparabilidad entre las múltiples dimensiones (hacer / sentir / pensar) en las que está incrustada la práctica docente. Ante tal imposibilidad, nos damos cuenta de que aquellos que promueven la idea de una escuela neutral o tienen una ingenuidad político-epistemológica o, de hecho, inventan un proyecto para una escuela de un solo partido: la hegemónica, que toma el conocimiento validado por el alta cultura y, por lo tanto, no pone el statu quo en perspectiva. Llegamos a la conclusión de que, en cualquiera de estas posibilidades, debemos luchar contra el proyecto Escuela sin partido, garantizando el respeto mutuo y la expresión efectiva del derecho a la diferencia en nuestras políticas educativas curriculares, ¡porque enseñar para un proyecto de ciudadanía no puede ser un delito!