Um dos temas investigados, recentemente, é o Pensamento Crítico e uma forma de promovê-lo é organizar o ensino desde uma perspectiva freireana tendo os estágios de consciência como parte da tomada de consciência crítica da realidade e a disposição para a transformação social. Esta investigação objetivou caracterizar estágios de consciência de estudantes desde a leitura do problema real à materialização da ação problematizadora. Propomos atividades para identificar, eleger o problema e uma sequência de atividades para fomentar o Pensamento Crítico. O estudo foi desenvolvido com 42 estudantes em uma disciplina de química de uma escola pública e a coleta dos dados realizada por meio de questionários, notas de campo e gravações em áudio. Os discursos foram caracterizados por meio de uma pauta de análise, considerando as dimensões da noção de Pensamento Crítico. Ao eleger o problema da falta de saneamento básico observamos um trânsito da consciência ingênua à transitivo-ingênua, com leituras simplistas da realidade e argumentos frágeis com posições, muitas vezes, individualistas, sem expressar disposição para mudança. A partir do tema foi planejada e analisada uma sequência de 4 atividades desenvolvidas em 4 meses. Nesta etapa observamos um avanço para um nível de consciência crítica, uma vez que se passou a reconhecer o acesso ao saneamento básico e à água potável como um direito, e o não acesso a água pode ser considerado uma forma de opressão. O instrumento de análise se mostrou adequado para acompanhar o processo de desenvolvimento do Pensamento Crítico e as bases teóricas foram coerentes do ponto de vista epistemológico.