Da racionalidade normativa à prática judicial da justiça juvenil – uma revisão teórica

Revista Brasileira de Ciências Criminais

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ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Da racionalidade normativa à prática judicial da justiça juvenil – uma revisão teórica

Ano: 2020 | Volume: 169 | Número: Especial
Autores: Érica Babini Lapa do Amaral Machado
Autor Correspondente: Érica Babini Lapa do Amaral Machado | [email protected]

Palavras-chave: Racionalidade  – Justiça juvenil – Punição – Sensibilidades punitivas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Discutir as racionalidades normativa e prática que sustentam o modelo de responsabilização juvenil e implicações na realidade social é o objetivo deste texto. O problema da pesquisa assenta-se no questionamento sobre a razão de ser de ambiguidades normativas, no que tange à socioeducação, no texto do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, como essa abertura hermenêutica é manejada na prática judicial, além das consequências sociais dos modelos escolhidos. A partir da revisão bibliográfica de diversas pesquisas, identificou-se o argumento comum de que uma cultura menorista e autoritária da sociedade brasileira, levam a interpretações judiciais que responsabilizam o adolescente por questões sócio-econômico-estruturais às quais estão submetidos. Desse modo, as racionalidades legislativa e judicial oscilam entre retributiva/punitiva/autoritária e assistencialista, desestabilizando a lógica da proteção integral da Convenção dos Direitos da Criança, em nome da defesa social. Nesse sentido, o Estado oficializa a obrigatoriedade da punição e indica padrões de normalidade, reforçando sensibilidades punitivas em torno do adolescente que mais carece de proteção do Estado.