Este artigo analisa qualitativamente, considerando o arcabouço teórico de Munduruku (2014), Cascudo (2006), e dos Referenciais Curriculares Nacionais para as Escolas Indígenas, os resultados de uma oficina realizada, em 2018, com professores indígenas e não indígenas atuantes em aldeias Guajajara e Canela Ramkokamekrá, a qual propunha a produção de material diferenciado e a capacitação dos docentes para a adoção de metodologias que respeitassem os processos próprios de aprendizagem de cada comunidade. As análises indicam que a escola tem ajudado a cristalizar percepções infecundas sobre literatura e escrita, na medida em que desprestigia a oralidade. Por outro lado, observou-se também que as propostas metodológicas e os materiais construídos ao longo da oficina oferecem caminhos possíveis pelos quais a educação escolar indígena pode trilhar a fim de garantir um currículo intercultural, diversificado e diferenciado.