Concebida como o conceito que permite analisar o resultado da interação entre a sociedade e a natureza ao longo do tempo, a paisagem abre possibilidades de extrapolar as compreensões de mundo vivido e percebido. Nossa premissa, neste estudo, parte do fato de que muitos professores têm dificuldades no processo de ensino-aprendizagem na construção do conceito de paisagem e de sua concepção, especialmente no que se refere ao tempo e na noção de que a paisagem não é algo imutável. Para isso, pensamos em compreender, estudar e significar o porquê deste déficit. É possível desenvolver um olhar sensível na construção do conceito de paisagem? Para expandir a discussão sobre o tema, foi realizada uma pesquisa qualitativa através de formulários estruturados com os alunos dos cursos de licenciatura em Letras e Pedagogia do Instituto Ivoti. Ao longo de nossos estudos, concluímos que a paisagem é um dos conceitos mais antigos presentes no estudo e no ensino da Geografia. A paisagem, em uma definição mais ampla, pode ser entendida como a composição, a transformação e a percepção dos elementos da natureza no espaço, entre eles a fauna e a flora, processos físicos e climáticos transformadores do relevo, a sociedade e as edificações por ela construídas durante sua existência. Sabe-se que, consoante à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a criança tem o direito de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Para tanto, é de suma importância que se oportunizem experiências e situações em que ela possa significar o mundo vivido expandindo suas vivências em seu meio e refletindo sobre esse sentimento. Nesse sentido, ao trabalharmos o conceito de paisagem, extrapolamos nossa compreensão para além da descrição dos objetivos que a compõem e buscamos abarcar aspectos além do biofísico, envolvendo também dimensões sociais, psíquicas, espirituais e estéticas. Acreditamos que o conceito de paisagem pode refletir um conjunto de significados diferentes e específicos para cada ser humano, sendo o resultado dessa interrelação entre professores e alunos uma influência mútua dessa percepção. Por fim, consideramos que o processo de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, tendo o docente de um lado e o discente de outro, um se interrelacionando com o outro e contribuindo para a construção de novas paisagens e, consequentemente, novas percepções.
Conceived as the concept that allows us to analyze the result of the interaction between society and nature over time, the notion of landscape opens possibilities for extrapolating the understandings of the lived and perceived world. Our premise in this study stems from the fact that many teachers have difficulties in the teachinglearning process regarding constructing the concept of landscape, especially when it touches on the subject of time and the notion that landscapes are not immutable. So, we’ll try to rectify this problem. Is it possible to develop a sensitive look in the construction of the concept of landscape? To expand the discussion on the subject, a qualitative research was conducted through structured forms with students of Languages and Pedagogy at the Instituto Ivoti. Throughout our studies, we conclude that landscape is one of the oldest concepts present in the study and teaching of geography. Landscape, in a broader definition, it can be understood as the composition, transformation, and perception of the elements of nature in space, including fauna and flora; physical and climatic processes that transform the geographic relief; society and the buildings they construct during its existence. It is known that, according to the document “Common Curricular National Base” (BNCC), children have the right to live, play, participate, explore, express and get to know themselves. To this end, it is of utmost importance to provide opportunities and situations where these children can make new meanings of the lived world, by expanding their experiences in the environment and reflecting on their feelings. In this sense, researching the concept of landscape we extrapolate our understandings beyond the description of its objectives and seek to embrace aspects beyond the biophysical, involving the social, psychic, spiritual and aesthetic dimensions of the world. We believe that the concept of landscape may reflect a set of different and specific meanings for each human being, and the result of this interrelationship between teachers and students is a mutual influence on this perception. Finally, we consider that teaching-learning processes are a two-way street, with the teacher on one side and the student on the other, interrelating with each other and contributing to the construction of new landscapes and, consequently, new perceptions.