O presente artigo revisita as análises feitas por Singer acerca das bases sociais do lulismo no Brasil. Especialmente, é aqui examinada a tese segundo a qual uma das características fundamentais daquele fenômeno político diz respeito à adesão do subproletariado à liderança de Luís Inácio Lula da Silva durante seus primeiros dois mandatos presidenciais. Para tanto, a partir dos dados do Latinobarómetro para o Brasil (2005-2010), é utilizada uma escala de avaliação do líder petista. Ademais, é formulada uma tipologia de classes ocupacionais, composta por três categorias – classes médias, classe trabalhadora e subproletariado. Com base em tais variáveis, são elaborados dados descritivos e modelos de regressão. O artigo demonstra que o subproletariado apresentou taxas mais elevadas de apoio a Lula ao longo de toda a série. Ademais, as associações entre classe e predileção por Lula mostraram-se estatisticamente significativas em três anos (2007, 2009 e 2010).