Desemprego crônico e encarceramento: para uma revisão das taxas de desocupação no Brasil

Revista Brasileira de Ciências Criminais

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ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Desemprego crônico e encarceramento: para uma revisão das taxas de desocupação no Brasil

Ano: 2019 | Volume: 151 | Número: Especial
Autores: Alberto Emiliano Oliveira Neto, Katie Silene Cáceres Arguello, Lawrence Estivalet de Mello
Autor Correspondente: Alberto Emiliano Oliveira Neto | [email protected]

Palavras-chave: Desemprego crônico – Trabalho precário – Encarceramento.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho tem como objetivo analisar a relação entre desemprego e cárcere no Brasil. Justifica-se pelo fato de que o encarceramento aumentou quase seis vezes em 24 anos no Brasil, números que são desconsiderados das atuais taxas de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resulta daí o problema de pesquisa concernente à aparente dissociação entre desemprego e cárcere, eis que o crescente encarceramento foi constante, mas as taxas de desocupação apresentaram variáveis diversificadas, com avanços e retrocessos. Para o objetivo proposto, utiliza-se a metodologia da revisão bibliográfica e da análise de dados secundários. Quanto à revisão bibliográfica, revisita-se a tradição marxista quanto à relação entre trabalho e desemprego, bem como estudos criminológicos norte-americanos e brasileiros sobre a relação entre desemprego e cárcere. A hipótese de pesquisa é de que a consideração dos encarcerados nos indicadores do desemprego forneceria um dado mais fiel à realidade do trabalho no Brasil. Postula-se, enfim, que a relação entre cárcere e desemprego é de continuidade, e não de mascaramento, pela necessidade da superação das interpretações dualistas sobre o capitalismo brasileiro, dado que seu desenvolvimento carrega a característica dialética da unidade entre moderno e arcaico.



Resumo Inglês:

The present study aims to analyze the relationship between unemployment and prison in Brazil. It is justified by the fact that imprisonment increased almost six-fold in twenty-four years in Brazil, numbers that are disregarded of the current unemployment rates of the Brazilian Institute of Geography and Statistics. The research seeks to investigate the apparent dissociation between unemployment and imprisonment. It is assumed that the increase in imprisonment should occur in parallel with the increase in the unemployment rate, which did not occur. For the proposed objective, the methodology of bibliographic review and analysis of secondary data were used. As for the bibliographical review, the Marxist tradition is revisited regarding the relation between work and unemployment, as well as North American and Brazilian criminological studies on the relation between unemployment and prison. The hypothesis of research is that the consideration of those incarcerated in the indicators of unemployment would provide a more accurate data to the reality of work in Brazil. It is postulated, finally, that the relationship between incarceration and unemployment is one of continuity, and not of masking, by the need to overcome dualist interpretations of Brazilian capitalism, since its development carries the dialectical characteristic of unity between modern and archaic.