Este texto relata uma pesquisa com suporte na prática etnográfica, partindo da proposta e da argumentação de que a sala de aula se constitui em um universo cognitivo multicultural ou em uma microssociedade rica em produção de significados. E analisa a forma como alunos e professor de uma turma do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana/BA concebem, em aulas de geometria analítica, aspectos relativos à aquisição, à construção e à interpretação dos sentidos ou significados ali produzidos ou expostos. Utilizam-se observações em que o pesquisador se coloca em uma posição de estranhamento e de busca pela imparcialidade. Admite-se que as representações gráficas carregam fatores psicológicos, sociológicos, esquemas perceptivos, cognitivos e afetivos específicos e que os fatores sociais e culturais estão diretamente relacionados às múltiplas interpretações acerca de um ente geométrico, matemático e simbólico.
This investigation aims to analyze how students and professor conceive aspects related to acquisition, construction and interpretation of senses or meanings, produced or exposed while studying and teaching in an Analytic Geometry course for Mathematics Undergraduate students at the State University of Feira de Santana - BA. For this purpose, a research is carried out based on ethnographical practice, considering the proposal and argument that an environment is constituted by a multicultural cognitive universe or even by a micro-society, rich in the production of meanings. Thus, the method of observation places the researcher in a estrangement position, aiming at an impartial view. In this context, it is admitted that graphical representations carry along psychological and sociological factors, perceptive, cognitive and affective schemes, and also that social and cultural factors are directly related to multiple interpretations concerning a geometrical, mathematical and symbolical element.