O campo da formação docente corrobora na formação de sujeitos aptos a lidar com a multidiversidade em sua trajetória profissional. Entretanto, sabemos que nem sempre a formação na/para a Educação Étnico-Racial é realizada considerando a legislação para a integralização dessas discussões nos currículos da Educação Básica e Superior. Nessa perspectiva, esse estudo busca analisar como as questões que norteiam a Educação Étnico-Racial (ERER) são compreendidas por um professor de Química da Educação Básica e um licenciando em Química, a partir do planejamento de uma proposta de reconfiguração curricular. Os elementos obtidos durante os diálogos nas quatro etapas da proposta curricular foram analisados pela Análise Textual discursiva, suscitando duas categorias emergentes: (a) Compreensões sobre a Educação Étnico-Racial do professor e do licenciando e (b) Racismo científico e o mecanismo da mestiçagem. Os resultados reforçam o quanto a discussão entre diferentes sujeitos potencializa a compreensão e o reconhecimento da inexistência da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos, tanto da Educação Básica quanto da formação inicial. Sobretudo, é necessário destacar a importância de abordar temas relacionados ao racismo científico e à ideologia do branqueamento como um ponto de partida essencial para a promoção de uma formação científica inclusiva e antirracista.