A pesquisa Injustiças Cognitivas: ressignificando os conceitos de cognição, aprendizagem e saberes no cotidiano da escola, que vimos desenvolvendo desde janeiro de 2008, na Escola Municipal Ana Nery – SME-D, de Caxias/RJ, busca investigar a produção de conhecimentos sobre a leitura e a escrita por crianças das classes populares consideradas pela escola como portadoras de “dificuldades de aprendizagemâ€. As crianças com as quais pesquisamos vivem na periferia da periferia: o Bairro de Jardim Gramacho – aterro sanitário situado no municÃpio de Duque de Caxias e rodeado por favelas. A maioria das famÃlias tem no lixão sua fonte de renda. Procuramos estudar as lógicas operatórias das crianças em suas relações cotidianas, tomando como pressuposto o postulado de Boaventura de Sousa Santos de que a injustiça social está diretamente relacionada à s “injustiças cognitivasâ€. O uso deste conceito nos levou a pensar nas configurações da escola: até que ponto o conceito de cognição com que a escola trabalha está impregnado da dinâmica instrumental da cognição, limitando o campo de ação das práticas pedagógicas, pois desconsidera as possibilidades de invenção e de problematização? O que surge, quando procuramos fraturar o discurso das “dificuldades de aprendizagem†e como estas podem ser “lidas†na perspectiva das injustiças cognitivas? Instigadas por estas questões, buscamos investigar a formulação de novas possibilidades para a ação educativa da escola a partir da revisão-ampliação do conceito de cognição, articulando-o a uma perspectiva polÃtico-epistemológica fundada na concepção de “injustiças cognitivasâ€.
Injustices Cognitive Research: giving new meaning to the concepts of cognition, learning and knowledge in the school routine, which we have been developing since January 2008, at the Municipal SchoolAna Nery - SME-D, de Caxias / RJ, seeks to investigate the production of knowledge about reading and writing by children of the working classes considered by the school as having "learning difficulties". The children with whom we surveyed live on the periphery of the periphery: the neighborhood of Jardim Gramacho -landfill located in the municipality of Duque de Caxias and surrounded by slums. Most families have at the dump their source of income. We discuss the operative logic of children in their daily relationships, taking for granted the assumption of Boaventura deSousa Santos that social injustice is directly related to "cognitiveinjustice." The use of this concept led us to think in school settings: to what extent the concept of cognition with the school work isimbued with the dynamic tools of cognition, limiting the field of action of teaching practices, it disregards the possibilities of invention and problematization? What emerges when we look forfracturing the discourse of "learning difficulties" and how these can be "read" from the perspective of cognitive injustice? Instigated bythese issues, we investigate the formulation of new possibilities foreducational activities from reviewing school-expansion of the concept of cognition, linking it to a political-epistemologicalperspective founded on the concept of "cognitive injustice."