DIPLOMACIA E POLÍTICA EXTERNA EM MOÇAMBIQUE: O PRIMEIRO GOVERNO PÓS-INDEPENDÊNCIA - SAMORA MACHEL (1975-1986)

Revista Brasileira de Estudos Africanos

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ISSN: 24483907
Editor Chefe: Analúcia Danilevicz Pereira
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

DIPLOMACIA E POLÍTICA EXTERNA EM MOÇAMBIQUE: O PRIMEIRO GOVERNO PÓS-INDEPENDÊNCIA - SAMORA MACHEL (1975-1986)

Ano: 2021 | Volume: 6 | Número: 11
Autores: Ercilio Neves Brandão Langa
Autor Correspondente: Ercilio Neves Brandão Langa | [email protected]

Palavras-chave: Moçambique. Relações Internacionais. Samora Machel. Governo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo analisa diplomacia e política externa no primeiro Governo independente de Moçambique. Na análise teórica, movimentou-se a perspectiva dos círculos concêntricos, vendo as dimensões interna, regional e internacional como interligadas e mutuamente influenciadas. Como metodologia utilizou-se o recurso do levantamento bibliográfico e da pesquisa documental. No nível interno, avaliou-se a atuação do Governo Samora Machel na construção do Estado-nação e as respostas aos conflitos domésticos. No nível regional, verificou-se as relações de Moçambique com países fronteiriços. Por último, observou-se a política externa do Estado no continente e sua atuação internacional. O Governo Samora adotou uma política nacionalista e marxista-leninista definida pelo partido-Estado; o país vivenciava ataques armados da RENAMO, que se transformaram em guerra civil-militar. Na África Austral, Moçambique foi um Estado da Linha da Frente (ELF) e fundador da SADC, solidarizando-se com os povos vizinhos, apoiando política e militarmente seus movimentos nacionalistas africanos na luta contra a dominação branca. Na arena internacional, o Estado optou pelo não alinhamento e desenvolveu o ativismo internacional contra a colonização e apartheid. A diplomacia e política externa moçambicana mostraram-se proativas na região e, internacionalmente, conseguiram movimentar o seu soft power. Entretanto, o Governo enfrentou dificuldades internas, com fracassos político-econômicos devido à desestabilização sistemática promovida pelos vizinhos África do Sul e Rodésia do Sul, bem como se recusou a reconhecer o estado de guerra e negociar com a RENAMO, tida como prolongamento dos regimes minoritários da região.



Resumo Inglês:

The article analyzes diplomacy and foreign policy in the first independent Government of Mozambique. In the theoretical analysis, the perspective of concentric circles moved, seeing the internal, regional and international dimensions as interconnected and mutually influenced. As a methodology, bibliographic surveys and documentary research were used. Internally, the performance of the Samora Machel Government in the construction of the nation-state and responses to domestic conflicts were evaluated. At the regional level, Mozambique's relations with border countries were verified. Finally, the state's foreign policy on the continent and its international performance were observed. The Samora government adopted a Marxist-Leninist nationalist policy defined by the party-state and the country was experiencing armed RENAMO attacks that turned into civil-military war. In Southern Africa, Mozambique was a Frontline State (FLS) and founder of SADC, showing solidarity with neighboring peoples, supporting politically and militarily its African nationalist movements in the fight against white domination. In the international arena, the state opted for non-alignment and developed international activism against colonization and apartheid. Mozambican foreign policy and diplomacy have been proactive in the region and internationally, managing to move their soft power. However, the Executive Government faced internal difficulties, with political and economic failures due to the systematic destabilization promoted by neighboring South Africa and South Rhodesia, as well as refusing to recognize the state of war and to negotiate with RENAMO, seen as an extension of the regime's minority interests in the region.