Um dossiê de história da educação de surdos se impõe na contemporaneidade. Campo recente de pesquisa no Brasil, tem como importante centro difusor o Instituto Nacional de Educação de Surdos, INES. A centenária instituição, que assumiu em sua trajetória de 167 anos diversas atribuições, regimentais ou não, produziu e segue produzindo um acervo dinâmico e inesgotável. De seu conjunto de documentos organizados em três coleções - documental, bibliográfica e museológica -, temos inúmeras possibilidades de conhecer aspectos da educação de surdos, no Brasil e no exterior, nos últimos séculos. Há que se registrar, também, a potência desse acervo para que possamos compreender a história da educação pública brasileira em suas implicações políticas, administrativas, pedagógicas, dentre outras. Nessa edição da Revista Espaço, apresentamos um conjunto de trabalhos que, partindo de estudo documental em diferentes aportes teóricos, contribuem para uma revolução historiográfica que vem nos possibilitando conhecer e refletir sobre a educação de meninas e meninos surdos ao produzir outros olhares para o campo, não somente circunscrito à recorrente discussão de métodos educacionais em perspectiva linguística.