A partir do trabalho entre aldeias de diferentes estados brasileiros, concentramos agora nossa pesquisa sobre a análise da Lei 11.645/08 e sua consequente representação das culturas indÃgenas no currÃculo escolar. A referida lei revoga o parecer 10.639/04, que aprovou a obrigatoriedade do estudo da história e cultura dos povos africanos, acrescentando a mesma obrigatoriedade para o estudo da história e cultura dos povos indÃgenas. Mais especificamente, nossa intenção é, a partir dos estudos de doutorado no Programa de Educação da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, analisar os conflitos e negociações entre as polÃticas curriculares, buscando entender como são trabalhadas as diferenças culturais dos povos indÃgenas no currÃculo da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Neste esforço, além da pesquisa sobre as fontes documentais e bibliográficas, entrevistamos professores matriculados nas redes públicas de ensino do estado e municÃpio. Deste modo, nosso eixo concentra-se na concepção de currÃculo como espaço-tempo de fronteira e, portanto, contrariamente a uma perspectiva de ensino alicerçada em identidades fixas e relações harmônicas, procuramos analisar as negociações, desvios e ambiguidades no ensino que representa os povos indÃgenas.