A cultura brasileira é marcada por uma profunda miscigenação de saberes, sons e movimentos que revelam a presença viva da ancestralidade africana. Este artigo tem como objetivo analisar a influência da matriz africana nas manifestações musicais e coreográficas do Brasil, destacando como ritmos, instrumentos, danças e expressões corporais foram ressignificadas no contexto da diáspora. Através de uma abordagem histórico-cultural, a pesquisa evidencia a resistência e a criatividade dos povos africanos e afrodescendentes, que, mesmo diante da opressão e do apagamento cultural, conseguiram preservar e reinventar seus modos de vida por meio da arte. Apesar da ampla presença de elementos africanos na música e na dança brasileiras, ainda persiste o apagamento histórico e a desvalorização dessas contribuições nos discursos oficiais, nos currículos escolares e na valorização cultural hegemônica. Como compreender e reconhecer a influência africana na formação da identidade cultural brasileira por meio da música e da dança, superando estereótipos e silenciamentos históricos? O estudo percorre exemplos como o samba, o maracatu, a capoeira e o jongo, revelando como esses elementos se tornaram símbolos da identidade nacional e ferramentas de afirmação étnico-racial. Ao reconhecer esses “ecos da ancestralidade”, reafirma-se a importância da valorização das raízes africanas na construção do patrimônio cultural brasileiro.