EDITORIAL 04

Revista Espaço

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ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

EDITORIAL 04

Ano: 1994 | Volume: Especial | Número: 4
Autores: Marilene de A. M. Nogueira
Autor Correspondente: Marilene de A. M. Nogueira | [email protected]

Palavras-chave: Educação de Surdos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

TEMPO DE FESTA...TEMPO DE HISTÓRIA. Ao longo dos anos o Instituto Nacional de Educação de Surdos recebeu deficientes auditivos de todo pais que aqui ficavam durante todo o ano letivo. A Lingua de Sinais surgida no INES espalhou-se por todo o Brasil quando os alunos que aqui estudavam voltavam para suas casas. Este Instituto foi também responsável pela formação de professores, a divulgação da prática pedagógica e a implantação de serviços de atendimento aos surdos. Na história da educação do surdo as controvérsias entre o uso exclusivo da linguagem oral e a aceitação da comunicação gestual ou Língua de Sinais têm levado os profissionais e estudiosos a, frequentemente, assumirem opiniões opostas e radicais. Em 1980, no Congresso Intemacional da Alemanha houve uma atitude positiva em relação à Lingua de Sinais que, mesmo durante o dominio do oralismo, conseguiu manter-se viva. Aqui, da mesma forma que em outros países, a disputa entre adeptos da Filosofia Oralista e aqueles que defendem a Lingua de Sinais sempre foi acirrada e trouxe grandes repercussões na educação dos surdos. De um lado temos os oralistas que acreditam na normalização,preconizam a integração e o convivio dos portadores de surdez com os ouvintes, somente aceitando a língua oral. Com a valorização da modalidade oral de Lingua, crê-se que não é benéfico o contato com sinalizadores, porque o sinal sendo mais fácil, tenderia a acomodar a criança, a não incentivá-la a falar e condenaria o deficiente auditivo a viver numa sub-cultura. Por outro lado, os defensores da linguagem gesto-visual afirmam que o surdo,ao adquirir espontaneamente a Lingua de Sinais, no convívio com seus pares, têm; ampliado suas possibilidades de aquisição de conhecimentos cognitivo,social e emocional junto aos familiares e à comunidade educativa,sua auto-estima é elevada, valorizando sua Língua, lutando política e socialmente pelos seus direitos como minoria linguistica. No Brasil, essas posições se refletem na Política Nacional,ora estimulando a adoção de princípios de integração com a colocação de alunos deficientes auditivos no ensino regular, ora valorizando o ensino especial. As Secretarias Estaduais de Educação e algumas das Secretarias Municipais prestam atendimento educacional ao portador de surdez em escolas do ensino regular (turmas comuns e classes especiais) o que se, por um lado vem facilitar o deslocamento menor dos alunos de suas residências tem, ao contrário, as desvantagens de manter o grupo de alunos e de professores isolados em suas salas e com poucos recursos técnicos.Algumas escolas especiais públicas e de organizações não governamentais (APADAS) têm profissionais variados: professores, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e médicos que dedicam um periodo para estudos e pesquisas dentro da área e podem contar com equipamentos, métodos e técnicas especializados,as quais facilitam o desenvolvimento da Lingua de Sinais, mas têm a desvantagem de concentrar alunos provenientes de locais distantes. À grande questão da surdez é a dificuldade de acesso às informações e à comunicação. A alfabetização plena,com domínio dos mecanismos e a compreensão dos conteúdos dos textos, toma-se fundamental para o surdo prosseguir seus estudos, ingressar e permanecer no mundo do trabalho e ascender profissionalmente. Este é o desafio para todos os educadores ainda hoje.