O processo editorial de revistas científicas brasileiras surgiu na segunda metade do século XIX, com um atraso de cerca de dois séculos em relação à Europa, o que se encontra relacionado com as origens tardias da implantação da Universidade em nosso país. Buscando a recomposição dessa história, de sua expansão, avanços e desafios, tornam-se patentes as enormes dificuldades encontradas por instituições e editores para a consolidação científica, composição, publicação, divulgação e circulação dessas revistas constantemente ameaçadas de desaparecimento. No entanto, ao mesmo tempo, observa-se a persistência da luta, por elas travadas, para garantir a permanência de sua função uníssona: a de socializar e divulgar os conhecimentos científicos gerados no âmbito da pesquisa universitária e das sociedades científicas e da tarefa de articulá-los com o contexto histórico, social e político, única forma capaz de gerar processos de avaliação e mesura do alcance dos seus avanços científicos. Certamente, o sentido, a forma e o alcance dessas dificuldades assumiram formas diferentes em cada época e acompanharam as tensões com que são selados os conflitos entre os interesses científicos e os interesses do Capital.