O presente número da Revista Espaço tem, para nós, um sabor especial. Trata-se da inauguração do trabalho de uma nova comissão executiva, comprometida com a manutenção da excelência da Revista, especialmente no que tange à necessidade de protagonismo da educação de surdos em meio a tantas discussões sobre a educação no Brasil, de modo geral. Não à toa, a edição 60, destacadamente em seu dossiê, apresenta temática de extrema relevância na perspectiva em que a Espaço se insere. A discussão central deste número está associada às Mulheres Surdas, em suas múltiplas existências e nas especificidades do “ser” mulher surda neste país. Cabe, aqui, um comentário interessante: muitos artigos desta edição da Espaço são quase como registros autobiográficos, tendo em vista, dentre outros aspectos, o fato de que versam sobre a realidade pessoal e profissional das pesquisadoras que os escrevem: mulheres surdas adultas que, para além de sua importância no meio acadêmico, têm histórias de vida riquíssimas para o aprendizado de todos aqueles que têm como objetivo a educação de surdos. Convidamos os leitores a um passeio pela realidade de mulheres surdas professoras-pesquisadoras, atuantes na educação de surdos em diferentes níveis, profissionais de valiosa formação acadêmica, mas, acima de tudo, cujas trajetórias de vida merecem ser conhecidas, admiradas e valorizadas. Agradecemos, portanto, às autoras cujos artigos estão publicados nesta edição, pela disponibilidade em dividir com nossos leitores suas experiências, conhecimentos e reflexões urgentes e necessárias.Por fim, gostaríamos de homenagear as professoras surdas do Rio Grande do Sul, Estado brasileiro que sofreu uma das maiores catástrofes climáticas da história e que, ainda se reerguendo, continua a destacar sua potência. Agradecemos particularmente às pesquisadoras que, comprometidas com a Revista Espaço, enviaram seus trabalhos a despeito de toda a adversidade que viveram no último mês.Desejamos a todas e todos uma ótima leitura!