O presente artigo propõe uma análise crítica, aprofundada e reflexiva sobre a Educação Antirracista no contexto escolar brasileiro, entendendo-a como uma estratégia pedagógica, epistemológica, política e social imprescindível para a construção de uma sociedade mais justa, democrática, equânime e verdadeiramente inclusiva. A partir da compreensão de que o racismo no Brasil é um fenômeno estrutural, histórico, sistêmico e institucionalizado, que atravessa gerações e se manifesta de formas sutis e explícitas no cotidiano social e, particularmente, no ambiente escolar, busca-se compreender os desafios, as contradições, as resistências e, sobretudo, as possibilidades da efetiva implementação de práticas pedagógicas antirracistas no interior das instituições de ensino. O racismo não é um problema individual, isolado ou episódico, mas um mecanismo complexo que opera na naturalização de desigualdades, na desvalorização de identidades negras, indígenas e de outros grupos subalternizados, e na reprodução de epistemologias eurocêntricas que marginalizam saberes, histórias, culturas e experiências não brancas. Diante disso, este estudo discute os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos que sustentam a Educação Antirracista, bem como analisa seu papel transformador na desconstrução das lógicas opressoras que historicamente estruturam a sociedade brasileira. O artigo aborda, ainda, a urgência da reconfiguração dos currículos escolares, da formação inicial e continuada de professores, da produção de materiais didáticos representativos e do fortalecimento das políticas públicas educacionais comprometidas com a equidade racial. Destaca-se a importância de práticas pedagógicas que dialoguem com a interseccionalidade, considerando que o racismo se articula com outros marcadores sociais como gênero, classe, sexualidade e deficiência, produzindo múltiplas formas de opressão e desigualdade.