O artigo propõe uma reflexão sobre a pouca articulação e ações conjuntas entre as instâncias nacionais que promovem o movimento da educação do campo e o movimento da agroecologia, mesmo que comunguem princípios comuns e se vinculem à mesma base social. Sistematiza o contexto e a trajetória de construção de ambos os movimentos, buscando entender suas identidades e diversidades, assim como as possibilidades de mais interação e aprendizagem mútua. O contexto tem como pano de fundo o processo de modernização conservadora da agricultura, vinculado à questão agrária no Brasil. Na trajetória de constituição de uma expressão nacional destes movimentos identifica-se a falta de articulação e troca de experiências de suas instancias de organização nacional, na construção de suas concepções metodológicas e na incidência sobre políticas públicas. Só recentemente a pauta de um movimento se imbrica na de outro e percebe-se que há experiências acumuladas e aprendizados conquistados em cada um, capazes de fortalecê-los mutuamente, sem prejuízo a sua especificidade. No contexto atual se faz necessário ampliar as alianças no campo democrático e popular, explicitando a diversidade destas experiências e as possibilidades de maior articulação na construção de um projeto popular para o campo e para o Brasil.