Este artigo analisa como a educação e a formação de mulheres foram pensadas em espaços para além da fé protestante, na primeira metade do século XX. Para isso, toma-se como fonte principal de pesquisa um impresso periódico protestante, revista Bem-te-vi, que circulou nesse período na Escola da Missão (Escola Primária General Rondon) na Reserva Indígena de Dourados (RID). Além do periódico, também se analisa o jornal O Puritano. As fontes mobilizadas foram analisadas a partir dos pressupostos teóricos da História Cultural. O estudo dos conteúdos editados nas páginas da revista Bem-te-vi na primeira metade do século XX e direcionados à educação e à formação das mulheres, usados na Escola da Missão na RID, buscavam incutir padrões do universo feminino às meninas e mulheres indígenas, construídos e legitimados pela cultura ocidental. Constata-se, assim, que a Revista em análise, no período, constitui-se em um veículo de divulgação dos valores protestantes metodistas que ultrapassa os espaços de fé do protestantismo, que, juntamente com o jornal O Puritano,permitiu compreender e refletir sobre os processos educativos e formativos de mulheres em espaços indígenas.
This article analyzes how the education and training of women were conceived in spaces beyond the Protestant faith, in the first half of the 20th century. For this, the main source of research is a Protestant periodical printed in the magazine Bem-te-vi, which circulated during this period at the Mission School (Escola Geral Geral General Rondon) in the Indigenous Reserve of Dourados (RID). In addition to the periodical, the newspaper O Puritano is also analyzed. The sources mobilized were analyzed from the theoretical assumptions of Cultural History. The study of the contents edited on the pages of Bem-te-vi magazine in the first half of the 20th century and aimed at the education and training of women, used at the School of Mission in the RID, sought to instill patterns of the feminine universe in indigenous girls and women, built and legitimized by Western culture. It can be seen, therefore, that the journal under analysis, in the period, constitutes a vehicle for the dissemination of Protestant Methodist values that surpasses the spaces of faith of Protestantism, which together with the newspaper O Puritano, allowed to understand and reflect on the educational and training processes of women in indigenous spaces.
Este artículo analiza cómo se pensó la educación y formación de la mujer en espacios más allá de la fe protestante, en la primera mitad del siglo XX. Para ello, la principal fuente de investigación es un periódico protestante impreso en la revista Bem-te-vi, que circuló durante este período en la Escuela Misionera (Escola Geral Geral General Rondon) en la Reserva Indígena de Dourados (RID). Además del periódico, también se analiza el diario O Puritano. Las fuentes movilizadas fueron analizadas a partir de los supuestos teóricos de la Historia Cultural. El estudio de los contenidos editados en las páginas de la revista Bem-te-vi en la primera mitad del siglo XX y orientados a la educación y formación de la mujer, utilizados en la Escuela de Misión del RID, buscó inculcar patrones de la universo femenino en niñas y mujeres indígenas, construido y legitimado por la cultura occidental. Parece, por tanto, que la revista bajo análisis, en el período, constituye un vehículo de difusión de los valores metodistas protestantes que supera los espacios de fe del protestantismo, que junto con el diario O Puritano, permitió comprender y reflexionar sobre los procesos educativos y de formación de las mujeres en los espacios indígenas.