Com o advento da Educação Especial no Brasil impulsionado pela Declaração de Salamanca (1994), algumas posições teóricas se apresentaram, a exemplo da inclusão total das pessoas com deficiência nas escolas comuns e da inclusão a partir do olhar da perspectiva do desenvolvimento das funções psíquicas superiores (VIGOTSKI, 1997). Para além, há outras posições teóricas e práticas educativas intermediárias voltadas às condições orgânicas dos alunos com deficiência e às possibilidades de inserção daqueles mais comprometidos em relação à deficiência, em centros de educação especializados. A partir dessas considerações é que se objetiva compreender as contribuições dos autores de 12 artigos da Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) sobre Educação Especial no Ensino Superior, assim como as perspectivas para o discente Público-Alvo da Educação Especial (PAEE) que ingressa no Ensino Superior. A abordagem qualitativa, sob a perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, norteou a análise dessas produções da RBEE, no período de 2010 a 2014. Como resultado verificou-se que os discentes PAEE que chegam ao Ensino Superior enfrentam dificuldades suscitadas por meio de preconceito velado, acessibilidade física, inadequação curricular, entre outras. Pode concluir-se que a inclusão de alunos PAEE carece de atenção, desde a Educação Infantil, com a realização de trabalhos educacionais pautados no desenvolvimento de suas funções psíquicas superiores, para que consigam transpor as barreiras localizadas em todos os níveis de escolarização, de modo a contribuir para que não só cheguem ao Ensino Superior, mas também (e sobretudo) que saiam com conhecimento.