Educação Plataformizada: novos contornos da Política Educacional do Estado de São Paulo

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade

Endereço:
Rua Silveira Martins - Cabula
Salvador / BA
41150-000
Site: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba
Telefone: (91) 9804-9827
ISSN: 2358-0194
Editor Chefe: Emanuel do Rosário Santos Nonato
Início Publicação: 09/02/2021
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas

Educação Plataformizada: novos contornos da Política Educacional do Estado de São Paulo

Ano: 2025 | Volume: 34 | Número: 78
Autores: D. M. Reis
Autor Correspondente: D. M. Reis | [email protected]

Palavras-chave: Política educacional, plataformização, artificialização, privatização, são paulo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Desde a década de 1990, a política educacional do estado de São Paulo opera pelo viés gerencialista de gestão, modelo intensificado pelo atual governo estadual com a plataformização do ensino. O objetivo do trabalho é discutir os recentes contornos da política educacional paulista por meio, sobretudo, da implantação de plataformas digitais nas práticas das comunidades escolares como parte do processo de privatização educacional. Desenvolveu-se a revisão de literatura nacional e internacional e a análise qualitativa, tanto de situações de estágio ou de trabalho relatadas por estudantes de Pedagogia de uma universidade pública ou por professoras e gestoras da rede de estadual de um município do interior de São Paulo, quanto de posicionamentos de sindicatos e entidades da educação paulista, ancorando-se em estudos recentes sobre o tema. Os resultados indicam que a plataformização empreendida pela política educacional paulista determina uma gestão escolar gerencialista e evidencia o viés privatista de educação com a aquisição de tecnologias para controlar todo o processo do trabalho educativo. Ademais, a proposta de militarização das escolas públicas por meio de programa estadual também notabiliza a privatização educacional ao permitir parcerias e repasses públicos financeiros a entidades militares privadas. Conclui-se que tal combinação tende a precarizar ainda mais a educação pública, tolhendo a formação crítica e o exercício da gestão democrática.



Resumo Inglês:

Since the 1990s, the educational policy of the state of São Paulo has operated according to a business management approach, a model intensified by the current state government with the platformization of education. The study aims to discuss the recent contours of São Paulo’s educational policy through, above all, the implementation of digital platforms in the practices of school communities as part of the educational privatization process. The research involved a review of national and international literature and a qualitative analysis of internship or work situations reported by Pedagogy students from a public university or by teachers and managers from the state network of a municipality in the interior of São Paulo, as well as the positions of unions and education entities in São Paulo, based on recent studies on the topic. The results indicate that the platformization undertaken by São Paulo’s educational policy determines business school management and highlights the privatist bias of education with the acquisition of technologies to control the entire process of educational work. Furthermore, the proposal to militarize public schools through a state program also highlights educational privatization by allowing partnerships and public financial transfers to private military entities. It is concluded that such a combination tends to make public education even more precarious, hindering critical training and the exercise of democratic management.



Resumo Espanhol:

Desde la década de 1990, la política educativa del estado de São Paulo ha operado según un enfoque de gestión gerencialista, modelo intensificado por lo actual gobierno estatal con la plataformatización de la educación. El objetivo de este trabajo es discutir los contornos recientes de la política educativa del estado de São Paulo a través, sobre todo, de la implementación de plataformas digitales en las prácticas de las comunidades escolares como parte del proceso de privatización educativa. Se desarrolló una revisión de la literatura nacional e internacional y un análisis cualitativo, tanto de situaciones de prácticas o de trabajo relatadas por estudiantes de Pedagogía de una universidad pública o por docentes y directivos de la red estatal de un municipio del interior de São Paulo, como también de las posiciones de sindicatos y entidades educativas de São Paulo, a partir de estudios recientes sobre el tema. Los resultados indican que la plataformatización emprendida por la política educativa del estado de São Paulo determina una gestión escolar gerencialista y resalta el sesgo privatista de la educación con la adquisición de tecnologías para controlar todo el proceso del trabajo educativo. Además, la propuesta de militarizar las escuelas públicas a través de un programa estatal también destaca la privatización educativa al permitir asociaciones y transferencias financieras públicas a entidades militares privadas. Se concluye que tal combinación tiende a precarizar aún más la educación pública, dificultando la formación crítica y el ejercicio de la gestión democrática.