A educação prisional consiste em um fenômeno sociopolítico-educativo distinto, novo e carente de uma proposta pedagógica específica, pois esta modalidade de ensino possui como orientações normativas apenas as diretrizes gerais da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, o aumento de população carcerária no Brasil duplicou desde o ano de 2016, passando a ser considerada uma das maiores do mundo. Isso enseja estudos, análises e pesquisas acadêmicas, de modo a iniciar importantes debates sobre os processos educativos nos espaços prisionais. A educação prisional, no projeto “Educando para a Liberdade”, tem como função educar e ressocializar como um direito humanitário e fundamental a todos os que são privados de liberdade, tendo como papel principal desenvolver e mobilizar internos aprisionados para que, desta forma, eles possam se conscientizar de que a Educação é um dos caminhos de recondução e reintegração capaz de torná-los cidadãos com possibilidades de mudar sua própria história. O entendimento de que, embora a educação prisional seja uma responsabilidade do Estado por meio de políticas públicas de ressocialização do preso ou de remição de pena, os reeducandos prisionais são sujeitos críticos e participativos e a educação escolar é um processo capaz de contribuir significativamente para reintegração social desses sujeitos. Os objetivos dessa pesquisa são de identificar o significado atribuído pelo reeducando prisional à educação escolar, analisando suas expectativas sobre o processo de escolarização do qual participam e ainda, explicitar as interfaces possíveis entre as expectativas dos reeducandos prisionais.
Prison education consists of a distinct social-political-educational phenomenon, new and in need of specific pedagogical proposal, due to this teaching modality has as normative guidelines only the general guidelines of Youth and Adult Education (EJA). In addition, the increase of the prison population in Brazil has doubled since 2016, becoming one of the largest in the world. This gives rise to studies, analyzes and academic research, to initiate important debates on educational processes in prison spaces. Prison education, in the project “Educating for Freedom”, has the function of educating and re-socializing as a humanitarian and fundamental right to all those who are deprived of their liberty, with the main role of developing and mobilizing imprisoned inmates so that, in this way, they become aware that Education is one of the paths of renewal and reintegration capable of turning them into citizens with the possibility of changing their own history. The understanding that, although prison education is a responsibility of the State through public policies for the re-socialization of the prisoner or the sentence redemption, prison inmates are critical and participatory subjects and school education is a process capable of contributing significantly to reintegration social status of these subjects. The goals of this research are to identify the meaning attributed by the prison inmate to school education, analyzing their expectations about the schooling process in which they participate and also to explain the possible interfaces between the expectations of prison inmates and the educational practices of this type of school education.