Na França do século XVII há um tipo ideal de homem social, é o honnête-homme, que tem como características fundamentais o domínio de si e de seu desempenho nos espaços mundanos. Esse artigo trata da investigação dos princípios norteadores para a construção do honnête-homme, em especial os que concernem à civilidade, à bienséance no exercício do domínio da palavra. São fontes deste trabalho manuais de civilidade que circulavam na França do século XVII: o “O honesto homem ou a arte de agradar à corte” de Nicolas Faret; “O novo tratado da civilidade que é praticado na França entre as pessoas honestas”, de Antoine Courtin; e “Do espírito da conversação”, de Antoine Gombaud. A partir da descrição dos modelos que constituem o honnête-homme propõe-se uma reflexão sobre o conjunto de normas sociais que caracterizam uma época.
In seventeenth-century France there was an ideal figure of social man um, the honnête-homme, which has as main carachteristics the self-domain and his performance in the mundane places. This article addresses the investigation of the main principles for the construction of the honnête-homme, especially those concerning the civility and the bienséance in the exercise of the domain of the word. This paper is based on civility manuals circulating in France in the 17th century, namely: “The honest man or the art to please in court”, Nicolas Faret; “The new civility treaty practiced in France by honest people”, Antoine Courtin; and “The spirit and the conversation”, Antoine Gombaud. Based on the description of the models that make up the honnête-homme, a discussion is proposed on the set of social norms particular to a certain period of history.