Essa busca em de longe. Vem dos tempos em que ouvia fascinada as histórias de fadas, princesas, príncipes, bruxas e encantamentos, contadas por minha avó. Começavam sempre com “Isso aconteceu há muito, muito tempo ... foi no tempo em que os bichos falavam...” E a história já não tinha tanta importância e sim a necessidade de pesquisar essa questão dos bichos falarem ... Quem sabe falavam mesmo, e a gente é que não os entendia “E passava horas tentando decifrar o que eventualmente poderiam estar querendo dizer os cachorros, o mico, dois “pintos de feira”, a minha criação de sapos, adotados “girinos” do rio de Araras, e assim por diante. Acredito até que algumas vezes, fui bem sucedida. Por extensão, me ocupei também das árvores, plantas em geral, das pedras, do mar, do vento, do sol e da chuva. Mas, como na minha opinião, gente grande era, salvo exceções, muito pouco confiável e as crianças, como eu, falavam demais e raramente eram entendidas; achei por bem arquivar no meu eu secreto o objeto das minhas investigações.