Ementas de Libras nos espaços acadêmicos: que profissionais, para qual inclusão?

Revista Espaço

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ISSN: 25256203
Editor Chefe: Wilma Favorito
Início Publicação: 31/12/1989
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

Ementas de Libras nos espaços acadêmicos: que profissionais, para qual inclusão?

Ano: 2014 | Volume: Especial | Número: 42
Autores: Elissandra Lourenço Perse
Autor Correspondente: Elissandra lourenço Perse | [email protected]

Palavras-chave: surdos, inclusão, libras, ementas, português como L2 para surdos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua e o Decreto 5626/05 garante aos surdos o acesso à educação por meio da língua de sinais. Este último estabelece, ainda, que a Libras seja inserida como disciplina curricular obrigatória em todos os cursos de formação de professores e licenciaturas, assim como que se ofereça o ensino de Português como segunda língua nos cursos de Letras. Assim, a presente pesquisa teve por objetivos: (1) verificar como foram instituídas as duas disciplinas, exigidas pelo Decreto em questão, nas novas grades curriculares das universidades públicas do Rio de Janeiro; e (2) identificar discursos sobre o surdo e a língua de sinais que circulam nesses espaços de formação docente. O trabalho visou responder às seguintes perguntas de pesquisa: como se estabelece o diálogo entre as exigências do Decreto, a Reforma das Licenciaturas e as Universidades? Que concepções sobre a Libras e o ensino de línguas circulam nessas instituições de Ensino Superior responsáveis pela formação de professores e de futuros pesquisadores? A análise teve como córpus ementas de disciplinas referentes ao ensino de Libras e de Português como segunda língua para surdos das cinco universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro. A perspectiva teórica seguiu pressupostos da Análise do Discurso francesa de base enunciativa – interdiscurso (MAINGUENEAU, 1997, 1998, 2001, 2008), intertextualidade e memória discursiva (ORLANDI, 2007)-, assim como noções de enunciado, dialogismo e gênero discurso (BAKHTIN, 1992, 1993). A metodologia teve caráter exploratório. Verificamos, no que se refere à implementação dessas exigências legais, um entendimento diferenciado por parte de cada uma das universidades, que instituem distintos perfis profissionais. Contudo, os resultados da análise apontaram para o predomínio de uma concepção de ensino baseada em uma visão estruturalista de língua e na decodificação de vocábulos.