Neste texto, apresento as implicações existentes entre dois processos fundamentais na organização do recém-nascido, a linguagem vinda do outro, sua mãe e os que fazem o seu entorno, e a organização por parte do bebê de sua subjetividade, que é a forma pela qual ele interpretará os apelos internos e externos e a eles atribuirá sentido. Para tanto, torna-se necessário apresentar as dimensões da linguagem como o campo de produção de significação do real e organizador da realidade de cada sujeito, e compreender como ela é adquirida pela criança, seja ouvinte ou surda. O propósito assim deste texto é sustentar que a fala oralizada ou gestual são formas de expressão da linguagem adquirida pela criança desde o momento em que ela começa a estabelecer as primeiras relações com o outro, dotado de linguagem. A constituição da subjetividade humana está atrelada à linguagem, sendo estas duas estão entrelaçadas a ponto de não fazermos uma distinção entre elas no próprio sujeito. Neste artigo, sustentamos a tese que o sujeito é e está na linguagem, nas relações que estabelece a partir desta consigo mesmo, seu mundo interno e para com os outros, o mundo externo; para pensarmos o processo de constituição do sujeito. É o falar através dos sons, dos gestos, das expressões e dos silenciamentos que compõem a linguagem humana. Esta forma de relacionar-se com este outro, que é o bebê, revela a ele a aposta que este outro tem para com ele, a de que ele virá a ser um sujeito dotado de capacidade de comunicar o que quer e o que passa com ele, ou seja, fazer uso da linguagem para expressar o que sente e o que quer, condições fundamentais para a constituição da subjetividade.
Dans cet article, je présente les implications entre deux processus fondamentaux dans l’organisation du nouveau-né : le langage qui vient de l’autre, de sa mère et de tout ce qui constitue leur environnement, et l’organisation par le bébé de sa subjectivité, c’est la façon dont il interprète les appels internes et externes et leur attribue une signification. À cette fin, il devient nécessaire de présenter les dimensions du langage comme un champ de signification de la production réelle et de l’organisation de la réalité de chaque sujet, et de comprendre comment elle est acquise par l’enfant, sourd ou auditeur. Le but de ce papier est donc de soutenir que la parole ou les gestes sont des possibilités d’expression, sans faire une distinction entre eux dans le sujet. Dans cet article, nous défendons la thèse selon laquelle le sujet est dans le langage, l’établissement de relations de celui-même, son monde intérieur et à d’autres. Il parle à travers les sons, les gestes, les expressions et les silences pour constituer le langage de l’homme. Ce type de relation à cet autre, qui est le bébé, lui révèle la façon dont cet autre a pour lui, il va devenir un sujet doté de la capacité de communiquer ce qu’il veut et ce qu’il vit avec, ou d’utiliser un langage pour exprimer ce qu’il ressent et ce qu’il veut, les conditions fondamentales pour la constitution de la subjectivité. La constitution de la subjectivité humaine est liée au langage, et ces deux sont intimement liés au point de ne plus pouvoir les distinguer dans le sujet.