ENTRE FIOS E CASULOS: O CURRÍCULO COMO ESCRITA DE SEDA

Revista Espaço do Currículo

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ISSN: 1983-1579
Editor Chefe: Maria Zuleide Pereira da Costa
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

ENTRE FIOS E CASULOS: O CURRÍCULO COMO ESCRITA DE SEDA

Ano: 2025 | Volume: 18 | Número: 2
Autores: Maria Clara Camões, Bonnie Axer
Autor Correspondente: Maria Clara Camões | [email protected]

Palavras-chave: currículo; desconstrução; diferença; curriculista; rastro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo propõe pensar o currículo como “escrita de seda”, relacionando a metáfora do bicho-da-seda proposta por Derrida para tensionar concepções tradicionais acerca da produção e vivência curricular. A partir da filosofia da diferença e da desconstrução, o texto convoca a um deslocamento epistemológico, uma experiência crítica e reflexiva acerca da escrita curricular coletiva e inventiva que desafia as lógicas centralizadoras presentes no campo do currículo. A proposta teórica delineada no texto alinha-se a uma abordagem pós-estrutural do campo do currículo que não apenas questiona, mas também tensiona as dicotomias presentes na escola e no fazer curriculista. Ao reivindicar a nomeação de todos os sujeitos escolares como curriculistas, o artigo faz interlocuções com Derrida, especialmente suas elaborações sobre rastro, différancee acontecimento, bem como um diálogo crítico com as principais teorias curriculares, destacando os fios que constituem o cotidiano escolar —gestos, narrativas, escutas e afetos —como componentes do fazer curricular. Nesse sentido, longe de oferecer soluções fixas, o artigo propõe estudo, reflexão e escuta comprometida com o outro para pensar a escola como espaço indecidível, imprevisível que se faz abrigo e metamorfose, tal como o casulo, que acolhe o inesperado como potência ética, política e estética na tessitura dos currículos



Resumo Inglês:

This article proposes to conceive the curriculum as a "silk writing", drawing on Derrida's metaphor of the silkworm to challenge traditional conceptions of curricular production and experience. From difference and deconstruction philosophy, the article invites to an epistemological detachment, a critical and reflective engagement in regards to the collective and inventive curricular writing that challenges the current centralized logics in the curriculum theory field. The theoretical proposal outlined in the article aligns with a post-structuralist approach to the curriculum field, one that not only questions but also challenges the current dichotomies in the schools and curriculum practice. By claiming the recognition of all school individuals as curriculum-makers, the article engages in dialogue with Derrida, particularly his insights of trace, différance, and event, as well as a critical dialogue with major curricular theories, highlighting the threads that compose everyday school life —gestures, narratives, listening practices, and affections —as elements of curriculum-making. In this sense, far from offering strict solutions, the article proposes a study, reflection, and a istening toward the other, envisioning the school as an undecidable, unpredictable environment, one that becomes both shelter and metamorphosis, akin to the cocoon that welcomes the unexpected as an ethical power, political, and aesthetic in the curriculum composition



Resumo Espanhol:

El presente artículo propone pensar el currículo como una “escritura de seda”, retomando la metáfora del gusano de seda propuesta por Derrida para desafiar las concepciones tradicionales sobre la producción y la vivencia curricular. A partir de la filosofía de la diferencia y la deconstrucción, el texto convoca a los lectores a un desplazamiento epistemológico: una experiencia crítica y reflexiva en torno a una escritura curricular colectiva e inventiva que desafía las lógicas centralizadoras presentes en el campo del currículo. La propuesta teórica delineada en el artículo se alinea con un enfoque postestructuralista del campo curricular que no sólo cuestiona, sino que también desafía las dicotomías presentes en la escuela y en el hacer del currículum. Al reivindicar la designación de todos los sujetos escolares como curriculistas, el artículo establece interlocuciones con Derrida, en especial, sus elaboraciones sobre la huella, la différancey el acontecimiento, así como un diálogo crítico con las principales teorías curriculares, destacando los hilos que conforman el cotidiano escolar —gestos, narrativas, escuchas y afectos —como componentes del hacer curricular. En este sentido, lejos de ofrecer soluciones fijas, el artículo propone el estudio, la reflexión y una escucha comprometida con el otro, para pensar la escuela como un espacio indecidible e imprevisible, que se constituye en abrigo y metamorfosis, como el capullo, que acoge lo inesperado como una potencia ética, política y estética en la trama de los currículos