Entre memórias e silêncios: repensando as questões curriculares afrocentradas na era pós-colonial

Série-Estudos

Endereço:
Avenida Tamandaré, n. 6000 - Bairro Jardim Seminário
Campo Grande / MS
79117-900
Site: https://www.serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos
Telefone: (67) 3312-3598
ISSN: 2318-1982
Editor Chefe: José Licínio Backes
Início Publicação: 12/06/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Entre memórias e silêncios: repensando as questões curriculares afrocentradas na era pós-colonial

Ano: 2024 | Volume: 29 | Número: 65
Autores: P. Baroni, H. M. Cosi
Autor Correspondente: P. Baroni | [email protected]

Palavras-chave: epistemologias afrorreferenciadas decoloniais, saberes pluriversais, pedagogias pós-coloniais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo investiga a intersecção entre colonialismo e educação, enfatizando a necessidade de repensar paradigmas educacionais sob a lente de epistemologias afrorreferenciadas decoloniais. Destaca a prevalência do pensamento eurocêntrico que perpetua o silenciamento de saberes não europeus, como característica do projeto ocidental. Com uma abordagem qualitativa, baseada em revisão bibliográfica e a vivência em contexto de racialização em Portugal, o artigo propõe uma virada epistemológica, a qual busca reconhecer e valorizar conhecimentos pluriversais, desmantelando práticas que desumanizam os povos colonizados. O trabalho argumenta a favor de uma educação carregada de compromisso político, desafiando a ideia de neutralidade educativa. O artigo se estrutura em três seções: explorando a “ferida colonial” e como ela se manifesta nas práticas educativas contemporâneas; o “epistemicídio”, enfatizando a educação como veículo para a manutenção de poder e dominação; e a “tessitura de percursos educativos”, contemplando caminhos para abordagens pós-coloniais, que buscam curar as marcas deixadas por uma história de exclusão. Os resultados indicam que uma abordagem educacional decolonial, que valoriza a diversidade de saberes e culturas, torna essencial desmantelar estruturas opressivas e semear novos horizontes. O artigo conclui ressaltando a importância da descolonização como uma questão de cura, e a necessidade de identificar e combater modelos de dominação na sociedade como um todo.



Resumo Inglês:

This article investigates the intersection between colonialism and education, emphasizing the need to rethink educational paradigms through the lens of decolonial afro-referenced epistemologies. It highlights the prevalence of Eurocentric thinking that perpetuates the silencing of non-European knowledge, as a characteristic of the Western project. With a qualitative approach, based on a bibliographical review and experience in the context of racialization in Portugal, the article proposes an epistemological turn that seeks to recognize and value pluriversalknowledge, dismantling practices that dehumanize colonized peoples. The work argues in favor of an education charged with political commitment, challenging the idea of educational neutrality. The article is structured into three sections: exploring the “colonial wound” and how it manifests itself in contemporary educational practices; “epistemicide”, emphasizing education as a vehicle for maintaining power and domination; and the “weaving of educational paths”, contemplating paths for post-colonial approaches, which seek to heal the marks left by a history of exclusion. The results indicate that a decolonial educational approach, which values the diversity of knowledge and cultures, makes it essential to dismantle oppressive structures and sow new horizons. The article concludes by highlighting the importance of decolonization as a matter of healing, and the need to identify and combat models of domination in society as a whole.



Resumo Espanhol:

Este artículo investiga la intersección entre colonialismo y educación, enfatizando la necesidad de repensar los paradigmas educativos a través de la lente de epistemologías decoloniales con referencia afro. Destaca el predominio del pensamiento eurocéntrico que perpetúa el silenciamiento del conocimiento no europeo, como característica del proyecto occidental. Con un enfoque cualitativo, basado en una revisión bibliográfica y en la experiencia en el contexto de racialización en Portugal, el artículo propone un giro epistemológico que busca reconocer y valorar conocimientos pluriversales, desmantelando prácticas que deshumanizan a los pueblos colonizados. La obra aboga por una educación cargada de compromiso político, desafiando la idea de neutralidad educativa. El artículo se estructura en tres secciones que exploran la “herida colonial” y cómo se manifiesta en las prácticas educativas contemporáneas; “epistemicidio”, que enfatiza la educación como vehículo para mantener el poder y la dominación; y el “tejido de caminos educativos”, contemplando caminos para enfoques poscoloniales, que busquen sanar las marcas dejadas por una historia de exclusión. Los resultados indican que un enfoque educativo decolonial, que valore la diversidad de conocimientos y culturas, hace imprescindible desmantelar estructuras opresivas y sembrar nuevos horizontes. El artículo concluye destacando la importancia de la descolonización como cuestión de curación y la necesidad de identificar y combatir modelos de dominación en la sociedad en su conjunto.