Entrevista com o físico Marcelo Gleiser

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade

Endereço:
Rua Silveira Martins - Cabula
Salvador / BA
41150-000
Site: http://[email protected]
Telefone: (91) 9804-9827
ISSN: 2358-0194
Editor Chefe: Elizeu Clementino de Souza
Início Publicação: 09/02/2021
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas

Entrevista com o físico Marcelo Gleiser

Ano: 2021 | Volume: 30 | Número: 61
Autores: Stela Guedes Caputo
Autor Correspondente: Stela Guedes Caputo | [email protected]

Palavras-chave: Covid-19, Fé e ciência, Obscurantismo religioso, Pandemia, Bolsonarismo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro aprofunda cada vez mais o desprezo pelo conhecimento, que ele já manifestava desde a campanha eleitoral. Em plena pandemia da Covid-19, enquanto o mundo aposta nas pesquisas científicas, na esperança da descoberta de vacinas (o que já aconteceu), Bolsonaro intensifica sua cruzada contra as universidades e a ciência, rejeitando dados analisados com métodos e protocolos, ignorando pesquisas e orientações médicas mundiais, ou seja, sendo negacionista. Interesses financeiros de grandes grupos econômicos, obscurantismo religioso, imensa desigualdade social, um profundo descaso pela vida e o negacionismo, já mencionado, são algumas características do bolsonarismo que faz o Brasil agonizar nesse momento. Para conversar sobre esse ataque à ciência e aos cientistas, entrevistamos o físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, professor titular de filosofia natural e de física e astronomia na Dartmouth College, em Hanover, Estados Unidos, vencedor do Prêmio Templeton de 2019. Na entrevista, Gleiser fala sobre a importância do diálogo entre fé e ciência; sobre o papel das associações de pesquisas nesse momento; sustenta que o modelo cultural científico precisa mudar e se tornar menos eurocêntrico e mais pluralista; diz que o Brasil vive uma tragédia provocada pelo obscurantismo religioso e afirma que as novas gerações vão rir muito da nossa, em que muita gente ainda acredita que a Terra é plana. 



Resumo Inglês:

Brazilian president Jair Bolsonaro ́s government deepens even more the disdain for knowledge, which has been manifested since the election campaign. In the middle of the Covid-19 pandemic, while the world is relying on scientific research in the hope to find a cure, Bolsonaro, as a typical negationist, intensifies his crusade against universities and science by rejecting data analysed through methods and protocols and ignoring worldwide medical research and guidance. Financial interests of large economic groups, religious obscurantism, the country ́s vast social inequality, a profound disregard for life and negationism are some of the characteristics of “bolsonarism”, which is currently making Brazil agonize. In order to discuss the attack on science and scientists, we interviewed Brazilian physicist and astronomer, Marcelo Gleiser, full professor of Natural Philosophy, Physics and Astronomy at Dartmouth College in Hanover, United States, and winner of the 2019 Templeton Award. In the interview, Gleiser speaks about the importance of the dialogue between faith and science; about the role of research associations at the present time; states that the scientific cultural model must change and become less Eurocentric and more pluralistic;     declares that Brazil is experiencing a tragedy caused by religious obscurantism and affirms that the new generations will laugh a lot at ours, in which many people still believe that the Earth is flat.



Resumo Espanhol:

El gobierno del presidente brasileño Jair Bolsonaro profundizó cada vez más en el desprecio por el conocimiento que ya manifestaba desde la campaña electoral. En plena pandemia del Covid-19, mientras el mundo apuesta por las investigaciones científicas, por la esperanza del descubrimiento de una cura, Bolsonaro intensifica su enfrentamiento contra las universidades y la ciencia, rechazando los datos analizados con métodos y protocolos, ignorando las investigaciones y las orientaciones médicas mundiales, o sea, siendo negacionista. Los intereses financieros de grandes grupos económicos, el  oscurantismo religioso, la desigualdad social inmensa, un gran descarte por la preservación de la vida y el negacionismo, ya mencionado, son algunas de las características del bolsonarismo que hace a Brasil agonizar en este momento. Para conversar sobre este ataque a la ciencia y a los científicos, entrevistamos al físico y astrónomo brasileño, Marcelo Gleiser, profesor titular de filosofía natural y de física y astronomía en la Dartmouth College, en Hanover, Estados Unidos, ganador del Premio Templeton, de 2019. En la entrevista, Gleiser habla sobre la importancia del diálogo entre la fe y la ciencia; sobre el papel de las asociaciones de investigación en este momento; sostiene que el modelo cultural científico necesita cambiar y tornarse menos eurocéntrico y más plural; comenta que Brasil vive una tragedia provocada por el oscurantismo religioso y afirma que las nuevas generaciones se reirán mucho de la nuestra, en la que mucha gente aún cree que la Tierra es plana.