A reconfiguração da Educação Superior no Brasil é contemporânea dos fenômenos de globalização econômica e mundialização cultural, vistos como a expressão mais acabada da atual fase de desenvolvimento do capitalismo. Este ensaio teórico põe foco no estudo de um aspecto desse processo no paÃs: as polÃticas públicas (e suas justificativas e contextos) voltadas à inclusão de setores sociais que, historicamente, não tinham acesso à universidade ou condição de nela permanecer. Optamos por estabelecer comparações entre as polÃticas desenvolvidas nos governos FHC (1995-2002) e Lula da Silva (2003-2010), por admitirmos, como hipótese, que nos primeiros se imprimiu uma orientação mais evidente e direta pela agenda neoliberal, enquanto nos segundos, mesmo se valendo desta mesma agenda, buscou marcar alguma diferença ideológica com a adoção de polÃticas mais consentâneas de inclusão – em outros termos, os governos FHC focaram a igualdade, e os governos Lula, a equidade. O trabalho apoia-se num conjunto básico de dados descritivos sobre as polÃticas governamentais de inclusão na Educação Superior e seus resultados, ainda parciais, coletados por equipes de pesquisadores de pós-graduação de três universidades brasileiras participantes do Programa Marco Interuniversitario para la equidad y la coesión social, da Rede Ibero-americana de Investigação em PolÃticas Educativas - RIAIPE. Utilizamos uma bibliografia básica de autores acadêmicos para apoiar pontos de vista crÃticos em torno do tema. Como principais conclusões, apontamos a existência, nos referidos governos, de paradigmas distintos a orientar as reformas da Educação Superior brasileira e a sugestão de que o paradigma da equidade tende a estabelecer polÃticas mais consistentes e adequadas de inclusão.