Este trabalho resulta de estudo de caso e pretende compreender
como vem ocorrendo o diálogo entre a escola pública e o
movimento hip hop, considerando-se os desafios para a
construção de práticas educativas significativas para a
juventude. Trata do caráter educativo do movimento, a partir
das dimensões de construção da cidadania, da cultura polÃtica,
da configuração do cenário sociopolÃtico e econômico, da
subjetividade e da organização polÃtica. Para isso,
acompanharam-se atividades desenvolvidas em uma crew do
movimento, localizada em um bairro periférico da cidade de
Recife, e a prática educativa desse movimento no contexto
escolar circunscrito no Programa Escola Aberta. Visualizou-se,
na experiência do movimento hip hop no programa, uma
oportunidade de aprendizagem para a escola, no sentido de
contextualizar seus saberes, de modo a ganhar maior adesão da
comunidade escolar, em especial dos jovens. Nesse sentido,
encontraram-se duas modalidades de apropriação das práticas
educativas do movimento pela escola: instrumental e
pedagógica, que sinalizam para a necessidade de inserção do
programa na polÃtica educacional e nos projetos polÃticopedagógicos.
Com o acompanhamento das atividades e as
entrevistas, pôde-se problematizar a interface educaçãosegurança
presente no programa como fator limitante para os
aprendizados de participação esperados para a escola pública
em contexto democrático. Evidencia-se essa situação nas
oficinas de hip hop, em que jovens com a tarefa de educar
outros jovens deparam-se com esse dilema ou simplesmente
sucumbem a uma polÃtica que despotencializa suas práticas
educativas.
This paper results from a case study and aims to understand
how there has been dialogue between the public school and hip
hop movement, considering the challenges to building
meaningful educational practices for youth. We treat the
character education movement from the dimensions of the
construction of citizenship, political culture, the configuration
of sociopolitical and economic scenario, of subjectivity and
political organization. For this we follow a crew activities
developed in the movement located in an outlying neighborhood
of the city and educational practice that movement in the school
limited the Open School Program. Visualize the experience of
hip hop movement in the program a learning opportunity for
the school in order to contextualize their knowledge in order to
gain greater compliance of the school community, especially
young people. Accordingly, we find two types of ownership of
the educational practices of the movement for school: teaching
and instrumental, which signal the need for integration of the
Program in educational policy and educational policy projects.
With follow-up activities and meetings we discuss the interface
education / safety program at this as a limiting factor for the
learning of participation expected for the school in a
democratic context. We demonstrated this in hip hop workshops
where young people with the task of educating other young
people faced with this dilemma or simply succumb to a policy
which unpowered their educational practices.