Este artigo intenciona compartilhar preocupações que devem ser consideradas na curadoria do contador de histórias. Estamos tratando do fazer do professor quando este concebe e produz o momento da leitura. Defendemos a curadoria do narrador, dos espaços e de suas ações: escolher quando, como e o quê irá acrescentar à hora da história, respeitando o que o objeto livro traz, considerando novos e velhos jeitos de selecionar, contar e recontar histórias. Nos ocupamos de enaltecer um fazer mais artístico sem a pretensão de excluirmos os artefactos tecnológicos contemporâneos. A leitura de Walter Benjamin desperta questões centrais para este artigo. Robert Darton serve de apoio para refletir sobre a relação das narrativas com a cultura; outros autores, tais como Paddy Ladd e Janie Gonçalves, contribuem para considerações sobre materiais que auxiliam na comunicação com as crianças pequenas e o público em geral. Relacionamos, também, os estudos de Vinci à Psicologia da Arte de Vigotski. Para Vigostki, o que está em jogo, na diversidade de formas da arte literária, são as emoções, suas contradições e os “curto-circuitos” que promovem em quem lê. O objetivo foi apresentar duas iniciativas de instituições públicas federais, a bebeteca e a brinquedoteca, ambas transitando entre os fazeres da arte da curadoria da hora da leitura. Consideramos a forma escolhida pelo narrador para apresentar, ao público, o livro escolhido: seleção de livros feita previamente e outras estratégias que se dão na tensão entre o tecnológico e o artístico, enaltecendo que se deve estar livre de qualquer prescrição.
Reading Walter Benjamin raises central questions for this article. Robert Darton serves as support to reflect on the relationship between narratives and culture; other authors, such as Paddy Ladd and Janie Gonçalves, contribute to considerations about materials that help in communicating with young children and the general public. We relate Vinci’s studies to Vigotski’s Psychology of Art. For Vigostki, what is at stake in fables and other forms of literary art are emotions, their contradictions and the short circuits they promote in those who read. We are dealing with the teacher’s actions when he conceives and produces the moment of reading and we are committed to curating the narrator, the spaces and his actions: choosing when, how and what will add to the story time, respecting the book’s object, bringing new and old ways of selecting, telling and retelling stories. We consider the way chosen by the narrator to present the chosen book to the public requires: selection of books made in advance and other strategies that occur in the tension between technical and artistic work. This article intends to share some concerns that must be considered when curating stories, we are dedicated to praising and demanding a more artistic approach. The objective is to present two initiatives, the beer library and the storytelling toy library from two federal public institutions, which move between the new and the old, which is also part of the art of curation