O presente trabalho, desenvolvido no período de dezembro/99 a junho/00 no Centro de Atendimento Especializado em Deficientes da Audição - CAEDA, baseou-se numa visão sócio-antropológica da surdez, partindo de uma perspectiva Bilíngue e Bicultural, conforme SKLIAR (1992,1997,1998,1999).Dentro destes pressupostos, partiu-se de KARNOPP (1999), BRITO (1995) e QUADROS (1997), que consideram a Língua de Sinais uma língua de caráter linguístico. O objetivo do processo fonoaudiológico foi instigar e aperfeiçoar a linguagem expressiva, mais especificamente a escrita, a partir de um trabalho de produção em grupo, no qual os adolescentes são motivados pelas próprias escolhas, criando um ambiente propício para a estimulação da linguagem dentro do contexto social, baseando-se teoricamente em VYGOTSKY (1993,1998). A abordagem utilizada tenta buscar um novo paradigma para o trabalho com surdos, visando a terapias fonoaudiológicas diferenciadas, fundamentadas na representação do surdo, não como um ser patológico, mas sim, um membro de uma comunidade diferente, com cultura e hábitos próprios e com o direito de aprender uma segunda língua, seja ela oral ou escrita, para poder se relacionar com a comunidade majoritária.
The presente paper, developed in period between december/1999 and june/2000 in the Specialized Assistance Center for Hearing Defective People -CAEDA, is based on a socialandanthropological view of the deafness, from a bilingual and bicultural perspective, as SKLIAR (1992,1997,1998,1999). In these presuppositions, the study was based on KARNOPP (1999), BRITO (1995) e QUADROS (1997), who consider the Sign Language a language with linguistic features. The objective of the phonoaudiologic process was to stimulate and improve the expressive language, more specifically the written one, from a production workin group, in which the teenagers are encouraged by their own choices,creating na adequate environment to stimulate the language inside a social context, based theoretically on VYGOTSKY(1993,1998). The approach used tries to search for a new model to the work with deaf people, aiming at distinguished phonoaudiologic therapies, supported in the deaf representation, not as a pathological being, but as a member of a diferente community, with his own culture and habits and also entitled to learn a second language, be oral or written, in order to be able to relate to people from the other communities.