A proposta desse artigo é relacionar as representações de matemática, que surgem no dizer dos enunciadores entrevistados, com a constituição desses sujeitos, de modo a refletir como essas representações interferem em sua subjetividade e na forma de pensar a matemática. Esse trabalho traz como pressupostos teóricos a abordagem discursiva, os estudos foucautianos da linguagem e alguns conceitos da psicanálise, buscando nas representações da matemática a articulação entre subjetividade e práticas discursivas. Pela análise dos recortes discursivos, é possível perceber que a matemática é concebida, geralmente, como um conhecimento disciplinarizado, associado ao processo de ensino-aprendizagem e aos professores que ministraram a disciplina no ensino regular, ora assumindo um caráter utilitarista, ora relacionando-se ao desejo do sujeito pelo conhecimento.
This paper is aimed at relating mathematical representations which emerge from some young interviewees’ speeches, to their subject constitution, in order to reflect on the interference of these representations in their subjectivity and in their way of conceiving mathematics. Based on a discourse perspective, related to some Foucaultian language studies and psychoanalytic concepts, we search for the articulation among those representations, practices and the subjectivity. Analyzing the interviewees’ utterances, we can notice that mathematics is generally conceived as an academic subject, associated with its teaching and learning process at school and also with the teachers that are responsible for this subject in regular education. Mathematics representations can be related to a utilitarian conception of learning and to a subject’s desire for knowledge as well.