ESTRATÉGIA ALTERNATIVA PARA A CRISE NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA: O ESTABELECIMENTO DE UMA FORÇA AFRICANA PERMANENTE DE PAZ

Revista Brasileira de Estudos Africanos

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ISSN: 24483907
Editor Chefe: Analúcia Danilevicz Pereira
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

ESTRATÉGIA ALTERNATIVA PARA A CRISE NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA: O ESTABELECIMENTO DE UMA FORÇA AFRICANA PERMANENTE DE PAZ

Ano: 2018 | Volume: 3 | Número: 6
Autores: Josias Marcos de Resende Silva
Autor Correspondente: Josias Marcos de Resende Silva | [email protected]

Palavras-chave: Força Africana Permanente de Paz, União Africana, Nações Unidas, MINUSCA

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em 2013, após o golpe liderado pelo Séléka, que são grupos rebeldes muçulmanos, as milícias cristãs, também conhecidas como anti-Balaka, decidiram retaliar. Esta disputa violenta deteriorou as condições já pobres na República Centro-Africana (RCA). Embora a Organização das Nações Unidas (ONU) tenha estabelecido uma missão multidimensional de manutenção da paz na RCA, a MINUSCA não foi eficaz para conter o conflito e evitar uma crise humanitária. Assim, este artigo examina um novo conceito para a estruturação de forças de manutenção da paz na África, particularmente na República Centro-Africana, que é o estabelecimento de uma força africana permanente de manutenção da paz. Após uma pesquisa bibliográfica e uma entrevista com um observador militar brasileiro, que trabalhou na RCA, foi possível verificar que os contingentes militares nacionais que integram a MINUSCA enfrentam graves problemas, como baixo nível de treinamento de tropas, salários atrasados, parcialidade e até mesmo a violação dos direitos humanos da população civil, minando a credibilidade da ONU no país. A fim de melhorar a eficácia da força militar na RCA, uma força africana permanente de manutenção da paz, como um ramo da União Africana (UA) e sob o controle da MINUSCA, parece ter mais chances de ter sucesso, já que esta tropa seria mais imparcial, melhor remunerado e especificamente treinado para as operações de paz.



Resumo Inglês:

In 2013, following the coup led by the Séléka, which are Muslim rebel groups, Christian militias also known as anti-Balaka decided to retaliate. This violent dispute deteriorated the already poor conditions in the Central African Republic (CAR). Although the United Nations (UN) established a multidimensional peacekeeping mission in the CAR, MINUSCA has not been effective to contain the conflict and prevent a humanitarian crisis. Thus, this paper examines a new concept for structuring peacekeeping forces in Africa, particularly in the Central African Republic, which is the establishment of a permanent African peacekeeping force. Following a bibliographic research and an interview with a Brazilian military observer, who was deployed in the CAR, it was possible to verify that the national military contingents that integrate MINUSCA face serious problems such as low level of troop training, delayed salaries, partiality, and even violation of human rights of the civilian population, undermining the UN credibility in the country. In order to improve the effectiveness of the military force in CAR, a permanent African peacekeeping force, as a branch of the African Union (AU) and under the control of MINUSCA, seems to be more likely to succeed, since this troop would be more impartial, better paid, and specifically trained for peace operations.