O trabalho tem como objetivo central compreender a presença masculina na docência nos Ensinos Infantil e Fundamental frente ao processo de feminização do magistério. Assim, realizamos pesquisa qualitativa em município do interior de Minas Gerais, coletando dados por meio de entrevistas com professores que atuam ou atuaram nas séries iniciais. O interesse de pesquisa em torno dos limites e desafios dos professores nesse nível da educação decorreu do fato de que as questões de gênero permeiam o exercício da profissão docente, marcada por estereótipos. Constatamos que, mesmo quando o professor se insere no magistério por meio de concurso público, ainda encontra dificuldades para sua permanência, uma vez que existem resistências da comunidade escolar, por entenderem que o docente nas séries iniciais deve ser mulher, em função de sua natural condição de protetora, reforçando a expectativa em seus profissionais muito mais na função do cuidar do que na mediação de conhecimentos.